Propriedades nutricionais, químicas e bioativas de duas espécies de cogumelos silvestres do género Leccinum, provenientes do Nordeste Transmontano
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Publication Date: | 2013 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10198/9407 |
Summary: | Os cogumelos são muito apreciados, não apenas pelas suas propriedades organoléticas e nutricionais, mas também pelo seu potencial medicinal e capacidade de produção e acumulação de compostos bioativos. As suas propriedades antioxidantes e antitumorais têm sido amplamente documentadas, nomeadamente, pelo nosso grupo de investigação [1,2]. No entanto, das numerosas espécies que caracterizam a micoflora transmontana, existem ainda espécies pouco estudadas como é o caso de Leccinum molle (Bon) Bon e Leccinum vulpinum Watling. Assim sendo, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar nutricional e quimicamente amostras silvestres das espécies referidas, em exemplares provenientes do nordeste transmontano (novembro, 2012). As propriedades antioxidantes e antitumorais dos seus extratos metanólicos foram também estudadas em condições in vitro. As contribuições energéticas obtidas após determinação dos macronutrientes foram 391 e 360 kcal/100 g massa seca para L. molle e L. vulpinum, respetivamente. O açúcar presente em maior quantidade em L. molle foi o manitol (11 g/100 g), enquanto que para L. vulpinum foi a trealose (8 g/100 g). A percentagem de ácidos gordos encontrada em L. molle e L. vulpinum foi, respectivamente: ácidos gordos saturados- 17% (maioritariamente ácido palmítico), monoinsaturados- 39 e 29% (maioritariamente ácido oleico), polinsaturados- 44 e 54% (maioritariamente ácido linoleico). Relativamente à vitamina E, a isoforma β-tocoferol foi a maioritária em L. molle (13 μg/100 g) e γ-tocoferol em L. vulpinum (296 μg/100 g). A composição em ácidos fenólicos foi 0.19 mg/100 g (ácidos p-hidroxibenzóico e cinâmico) e 0.69 mg/100 g (também os ácidos gálico e protocatéquico), respetivamente, e em ácidos orgânicos 4 mg/100 g (ácidos oxálico, cítrico e fumárico) e 0.5 mg/100 g (ácido quínico em vez de cítrico). L. vulpinum apresentou maior atividade antioxidante em todos os ensaios (atividade captadora de radicais livres, poder redutor e inibição da peroxidação lipídica): valores de EC50 < 1.2 mg/mL. No que concerne a atividade antitumoral, esta espécie foi a única que inibiu a proliferação de linhas celulares tumorais humanas (mama, pulmão, cólon, cervical e hepatocelular), sendo a linha celular HCT-15 a mais susceptível (carcinoma de cólon; GI50 = 78 μg/mL). Até 400 μg/mL, os extratos não revelaram toxicidade para células não tumorais (culturas primárias de células de fígado). Este estudo contribui para a valorização das espécies de cogumelos anteriormente mencionadas, fornecendo mais informação relativamente à sua composição química e bioatividade. |
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Os cogumelos são muito apreciados, não apenas pelas suas propriedades organoléticas e nutricionais, mas também pelo seu potencial medicinal e capacidade de produção e acumulação de compostos bioativos. As suas propriedades antioxidantes e antitumorais têm sido amplamente documentadas, nomeadamente, pelo nosso grupo de investigação [1,2]. No entanto, das numerosas espécies que caracterizam a micoflora transmontana, existem ainda espécies pouco estudadas como é o caso de Leccinum molle (Bon) Bon e Leccinum vulpinum Watling. Assim sendo, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar nutricional e quimicamente amostras silvestres das espécies referidas, em exemplares provenientes do nordeste transmontano (novembro, 2012). As propriedades antioxidantes e antitumorais dos seus extratos metanólicos foram também estudadas em condições in vitro. As contribuições energéticas obtidas após determinação dos macronutrientes foram 391 e 360 kcal/100 g massa seca para L. molle e L. vulpinum, respetivamente. O açúcar presente em maior quantidade em L. molle foi o manitol (11 g/100 g), enquanto que para L. vulpinum foi a trealose (8 g/100 g). A percentagem de ácidos gordos encontrada em L. molle e L. vulpinum foi, respectivamente: ácidos gordos saturados- 17% (maioritariamente ácido palmítico), monoinsaturados- 39 e 29% (maioritariamente ácido oleico), polinsaturados- 44 e 54% (maioritariamente ácido linoleico). Relativamente à vitamina E, a isoforma β-tocoferol foi a maioritária em L. molle (13 μg/100 g) e γ-tocoferol em L. vulpinum (296 μg/100 g). A composição em ácidos fenólicos foi 0.19 mg/100 g (ácidos p-hidroxibenzóico e cinâmico) e 0.69 mg/100 g (também os ácidos gálico e protocatéquico), respetivamente, e em ácidos orgânicos 4 mg/100 g (ácidos oxálico, cítrico e fumárico) e 0.5 mg/100 g (ácido quínico em vez de cítrico). L. vulpinum apresentou maior atividade antioxidante em todos os ensaios (atividade captadora de radicais livres, poder redutor e inibição da peroxidação lipídica): valores de EC50 < 1.2 mg/mL. No que concerne a atividade antitumoral, esta espécie foi a única que inibiu a proliferação de linhas celulares tumorais humanas (mama, pulmão, cólon, cervical e hepatocelular), sendo a linha celular HCT-15 a mais susceptível (carcinoma de cólon; GI50 = 78 μg/mL). Até 400 μg/mL, os extratos não revelaram toxicidade para células não tumorais (culturas primárias de células de fígado). Este estudo contribui para a valorização das espécies de cogumelos anteriormente mencionadas, fornecendo mais informação relativamente à sua composição química e bioatividade. |
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