Cobertura contracetiva na mudança ou na suspensão temporária do método contracetivo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5208 |
Resumo: | Introdução: No âmbito do planeamento familiar, a continuidade contracetiva tem sido um desafio constante. A mudança ou a suspensão temporária de um método contracetivo podem ocorrer por indicação médica ou por decisão da mulher. Quando as mulheres mudam ou suspendem uma técnica anticoncecional, com alguma frequência não iniciam de imediato o método seguinte nem utilizam um que proporcione cobertura contracetiva de segurança, expondo-se assim a gravidezes indesejadas, que podem constituir um problema de saúde pública. Este intervalo de tempo que ocorre no período de transição entre métodos, no qual existe risco de ocorrer uma gravidez indesejada por não existir cobertura contracetiva adequada designa-se hiato contracetivo. Material e métodos: Estudo quantitativo, com delineamento transversal, baseado na aplicação de um questionário. População alvo constituída por mulheres em idade fértil, entre os 15 e os 49 anos de idade, acompanhadas em consulta de planeamento familiar em centros de saúde de diversas regiões do país, sendo as participantes selecionadas por amostragem do tipo não probabilística intencional. A análise estatística descritiva e analítica com utilização do teste do Qui-quadrado, teste Exato de Fisher, teste de McNemar e McNemar-Bowker foi realizada com recurso aos programas IMB SPSS Statistics 22® (Statistical Package for the Social Sciences, Inc., Chicago, IL) e Microsoft Office Excel 2010. Resultados e conclusões: Não tendo havido participação efetiva da maioria dos Centros de Saúde convidados, a amostra ficou reduzida a um total de 53 mulheres, da Unidade de Saúde Familiar Serra da Lousã e do Centro de Saúde Ponta Delgada. Verificamos que 45,3% das mudanças ou suspensões ocorreram por indicação médica e 45,3% por decisão da mulher. Apuramos que um maior número de mudanças ou suspensões ocorre quando o motivo é a indicação médica (p<0,05). Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre a existência de cobertura contracetiva de segurança e a idade de início da utilização dos métodos contracetivos (p<0,05) assim como em relação ao número de mudanças ou suspensões contracetivas efetuadas (p<0,05). A maioria das inquiridas (54,7%) realizou cobertura contracetiva de segurança, sendo o preservativo masculino o método mais utilizado (96,6%). Uma percentagem considerável de mulheres (32,1%) não utilizou qualquer cobertura contracetiva segurança durante esse período verificando-se, por isso, a ocorrência de um hiato contracetivo. Por conseguinte, 2,4% destas recorreram à contraceção de emergência e 2,4% referiram a ocorrência de uma gravidez indesejada. Assim, poderá concluir-se que os comportamentos e vivências contracetivas, para além de serem dotados de alguma subjetividade e imprevisibilidade, são influenciados pela indicação e deliberação médicas. |
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Cobertura contracetiva na mudança ou na suspensão temporária do método contracetivoCobertura ContracetivaContraceçãoGravidez Não PlaneadaHiato ContracetivoMudança Ou SuspensãoIntrodução: No âmbito do planeamento familiar, a continuidade contracetiva tem sido um desafio constante. A mudança ou a suspensão temporária de um método contracetivo podem ocorrer por indicação médica ou por decisão da mulher. Quando as mulheres mudam ou suspendem uma técnica anticoncecional, com alguma frequência não iniciam de imediato o método seguinte nem utilizam um que proporcione cobertura contracetiva de segurança, expondo-se assim a gravidezes indesejadas, que podem constituir um problema de saúde pública. Este intervalo de tempo que ocorre no período de transição entre métodos, no qual existe risco de ocorrer uma gravidez indesejada por não existir cobertura contracetiva adequada designa-se hiato contracetivo. Material e métodos: Estudo quantitativo, com delineamento transversal, baseado na aplicação de um questionário. População alvo constituída por mulheres em idade fértil, entre os 15 e os 49 anos de idade, acompanhadas em consulta de planeamento familiar em centros de saúde de diversas regiões do país, sendo as participantes selecionadas por amostragem do tipo não probabilística intencional. A análise estatística descritiva e analítica com utilização do teste do Qui-quadrado, teste Exato de Fisher, teste de McNemar e McNemar-Bowker foi realizada com recurso aos programas IMB SPSS Statistics 22® (Statistical Package for the Social Sciences, Inc., Chicago, IL) e Microsoft Office Excel 2010. Resultados e conclusões: Não tendo havido participação efetiva da maioria dos Centros de Saúde convidados, a amostra ficou reduzida a um total de 53 mulheres, da Unidade de Saúde Familiar Serra da Lousã e do Centro de Saúde Ponta Delgada. Verificamos que 45,3% das mudanças ou suspensões ocorreram por indicação médica e 45,3% por decisão da mulher. Apuramos que um maior número de mudanças ou suspensões ocorre quando o motivo é a indicação médica (p<0,05). Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre a existência de cobertura contracetiva de segurança e a idade de início da utilização dos métodos contracetivos (p<0,05) assim como em relação ao número de mudanças ou suspensões contracetivas efetuadas (p<0,05). A maioria das inquiridas (54,7%) realizou cobertura contracetiva de segurança, sendo o preservativo masculino o método mais utilizado (96,6%). Uma percentagem considerável de mulheres (32,1%) não utilizou qualquer cobertura contracetiva segurança durante esse período verificando-se, por isso, a ocorrência de um hiato contracetivo. Por conseguinte, 2,4% destas recorreram à contraceção de emergência e 2,4% referiram a ocorrência de uma gravidez indesejada. Assim, poderá concluir-se que os comportamentos e vivências contracetivas, para além de serem dotados de alguma subjetividade e imprevisibilidade, são influenciados pela indicação e deliberação médicas.Introduction: Under the family planning, contraceptive continuity has been a constant challenge. The change or temporary suspension of the birth control method can occur for medical advice or decision of the woman. When women stop using the contraceptive method, quite often not immediately begin the following method or use a method that provides contraceptive coverage and expose themselves to the risk of unwanted pregnancies, which may constitute a public health problem. This time interval that may occur during the transition between methods in which there is a risk of an unwanted pregnancy if there is no contraceptive coverage is called contraceptive gap. Matherials and Methods: Quantitative study with cross-sectional design, based on a questionnaire. Target population are women of childbearing age, between 15 and 49 years of age who attend family planning consultations in different regions of the country. Individuals were selected by non-probabilistic and intentional sampling model. Descriptive and analytical statistics with chi-square and Fisher's exact tests, McNemar and McNemar-Bowker tests were made with IMB SPSS Statistics 22® (Statistical Package for the Social Sciences, Inc., Chicago, IL) and Microsoft Office Excel 2010. Results and Conclusions: In the absence of effective participation by most health institutions, the sample was reduced to a total of 53 women from Family Health Unit Serra da Lousã and Health Center Ponta Delgada. We found that 45,3% of switches or suspensions occurred by medic indication and 45.3% by woman’s decision. We found that a greater number of switches or suspensions occurs when the subject is the medical indication (p<0, 05). There’s a statistically significant association between the existence of contraceptive coverage and onset’s age of contraceptive methods use (p<0,05) as well as the number of switches or suspensions (p<0,05). 54,7% of the womens perfomed contraceptive coverage and male’s condom was the most used method (96,6%). A large percentage of women (32,1%) did not use any contraceptive coverage during this period and so there’s a contraceptive gap. Therefore 2,4% of theses womens resorted to emergency contraception and 2,4% referred an unwanted pregnancy. Thus, it can be concluded that the contraceptive behaviors and experiences, as well as being endowed with some subjectivity and unpredictability, are influenced by medical indication and deliberation.Gama, Jorge Manuel dos ReisOliveira, José António Martinez Souto deuBibliorumSantos, Ana Luísa Matos dos2018-07-18T16:03:54Z2015-06-302015-05-112015-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5208urn:tid:201642557porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-11T15:25:28Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5208Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:26:16.037272Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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