Avaliação do delirium em Medicina Intensiva, importância da classificação sintomática e temporal no outcome

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Main Author: Paulino, Maria Carolina
Publication Date: 2025
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10362/182857
Summary: RESUMO: O delirium subsindromático (DSS) e o delirium são patologias frequentes em Unidades de Cuidados Intensivos (UCIs), que requerem especial atenção atendendo às suas manifestações e ao impacto no doente crítico. A literatura científica está centrada no delirium, reconhecendo uma elevada prevalência, vários fatores de risco e gravidade diferente de acordo com a sua apresentação ou duração. O delirium em UCI está associado a piores desfechos, destacando-se o aumento do tempo de ventilação mecânica invasiva (VMI), do tempo de internamento na UCI e hospitalar e maior mortalidade. Assim, existe o reconhecimento da importância do delirium e da necessidade de um diagnóstico e abordagem precoce. Os seus fatores de risco devem ser evitados ou minimizados e o seu diagnóstico deve ser acurado. Para tal, está recomendada uma monitorização diária em UCI, com escalas validadas, e a aplicação de um conjunto de medidas não farmacológicas, associadas à sua prevenção, redução da duração e gravidade. Em Portugal, não existia informação sobre a prevalência do delirium nas UCIs nem sobre as práticas clínicas nacionais relativas ao delirium e DSS. A ausência de dados restringe significativamente a evolução e a melhoria das práticas médicas. Sem uma compreensão detalhada dos padrões prevalentes e das intervenções em curso, torna-se desafiador estabelecer diretrizes para linhas de investigação, campanhas de sensibilização ou para a implementação de recomendações normativas adaptadas ao contexto nacional. Relativamente ao DSS, os estudos em UCI são limitados. Fora da UCI está descrita uma associação com o aumento do tempo de internamento hospitalar, com o declínio cognitivo e funcional e com a mortalidade. Estes desfechos têm uma gravidade inferior aos associados ao delirium. Na UCI, está descrita a associação com uma maior duração do internamento, mas sem associação com a mortalidade. Não existe informação sobre os desfechos a longo prazo após a alta, como o impacto na capacidade cognitiva e funcional. O DSS estabelece-se como foco de investigação, sendo necessário clarificar a sua trajetória e relação com o delirium bem como o seu impacto no doente crítico durante o internamento e após a alta. O reconhecimento do DSS e a compreensão da sua evolução para o delirium ou para formas de cognição normal, são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias preventivas e melhoria dos desfechos. A mudança das práticas médicas é muito motivada e impulsionada pelo reconhecimento de uma situação prevalente, com impacto nos desfechos clínicos e cuja abordagem permita melhorar a sintomatologia e o prognóstico. Assim, esta tese apresenta um conjunto de estudos científicos que visam melhorar o conhecimento atual sobre o delirium e DSS contribuindo com dados que permitam um melhor tratamento dos doentes. O primeiro tópico, abordado e descrito no Capítulo III, refere-se à caracterização da prática clínica associada ao delirium em UCIs Portuguesas, para o qual foram realizados dois estudos com publicação conjunta. Através de um inquérito nacional, uma amostra de médicos intensivistas relataram as suas práticas relativas à analgesia, à sedação e ao delirium em UCIs. Optou-se por conciliar estas três temáticas dada a relação estreita entre a sedação, a dor e a ocorrência de delirium. O segundo trabalho consistiu num estudo de prevalência pontual nacional em que se foi aferir a prevalência do delirium e quais as práticas diárias em UCIs Portuguesas relativamente à analgesia, sedação e delirium. Os resultados dos dois estudos foram analisados e publicados em conjunto. Mostraram que a avaliação do delirium em UCI é escassa e sem recurso a ferramentas validadas e que o DSS é conhecido, mas não é pesquisado na prática clínica. A prescrição de benzodiazepinas ainda é elevada, com evidência de excesso de sedação em cerca de 30% dos doentes. Os pontos positivos correspondem à monitorização regular da analgesia e sedação, e ao controlo da dor recorrendo predominantemente a analgésicos opióides e com abordagens multimodais. Foi realizada uma revisão da literatura sobre o delirium associado à sepsis (Capítulo IV). A sepsis e o choque séptico são uma das principais causas de admissão em cuidados intensivos. O cérebro é particularmente suscetível aos efeitos da sepsis com manifestações muito variadas, desde a confusão até ao coma. O delirium associado à sepsis ainda não está completamente compreendido, mas pensa-se resultar da combinação da neuroinflamação com distúrbios no endotélio e na perfusão cerebral, alterações da barreira hematoencefálica e dos neurotransmissores. A melhor abordagem do delirium na sepsis passa pela identificação precoce da sepsis, com controlo do foco infecioso e antibioterapia apropriada, evitando outros fatores precipitantes (mantendo a normoglicemia, correção de alterações hidroelectrolíticas e ácido-base e da insuficiência respiratória) associado às medidas preventivas gerais já conhecidas e recomendadas a todos os doentes. O segundo tópico da tese diz respeito ao estudo do delirium subsindromático (DSS). Para estudar a prevalência do DSS e os desfechos clínicos associados à sua ocorrência em UCI, realizamos inicialmente uma revisão sistemática e metanálise (Capítulo V). Nos seis estudos analisados, a prevalência do DSS foi de 36% (950 doentes). A metanálise mostrou um aumento do tempo de internamento hospitalar nos doentes com DSS, contudo, o impacto na mortalidade só foi avaliado em dois estudos não tendo mostrado associação (hazard ratio 0.97, 0.61-1.55, p=0.90 e 5%. vs 9%, p=0.51). De seguida, publicámos uma revisão sobre os conhecimentos e importância do DSS em UCI com uma abordagem prática para o médico intensivista (Capítulo VI). Neste artigo foi explorada a questão da definição do DSS ser pouco precisa, as diferenças de prevalência do DSS, o impacto do DSS nos desfechos clínicos e as incertezas sobre a progressão do DSS e do seu tratamento. Foi levantada a questão sobre a necessidade de mais estudos sobre os desfechos e trajetória do DSS. As duas publicações prévias foram a base para investigar a prevalência do DSS na UCI e o impacto do DSS nos desfechos hospitalares e após a alta (Capítulo VII). Realizámos um estudo multicêntrico observacional prospetivo, em UCIs portuguesas (106 doentes). A ocorrência do DSS nas primeiras 72h foi de 24.5% (n=26) e esteve associada com a duração da ventilação mecânica invasiva (p=0.003) e com o tempo de internamento em UCI (p=0.002). Após as 72h, a maioria dos doentes com DSS melhorou (30.8%) e apenas um doente evoluiu para delirium. Este foi o primeiro estudo com follow-up após a alta, em doentes críticos com DSS, tendo demonstrado que a maioria teve um declínio cognitivo desde a admissão até aos 3 meses com melhoria aos 6 meses. Uma subanálise deste estudo foi apresentada no congresso da European Society of Intensive Care Medicine (ESICM), mostrando que a prevalência do DSS em UCI é igualmente alta com a aplicação das duas escalas validadas para o delirium, a CAM-ICU (33.6%) e a ICDSC (21.9%). No Capítulo VIII apresento outras publicações adicionais em que participei, relacionados com a temática da tese. Destaco o estudo World Delirium Awareness Day (WDAD), que decorreu no dia 15 de Março de 2023, após a pandemia COVID-19, e do qual fui investigadora nacional. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência global do delirium clinicamente documentado, bem como as práticas clínicas associadas ao delirium. Participaram 44 países, e foram incluídos 36048 doentes às 8h e 32867 doentes às 20h, adultos e crianças, tendo Portugal incluído 1094 doentes. A prevalência de delirium foi cerca de 18%, apenas incluindo os doentes cujo diagnóstico de delirium se baseou em ferramentas validadas. A prevalência variou significativamente entre continentes, países e grupos etários. Permitiu concluir que aproximadamente um em cada cinco doentes apresentava delirium, e verificou um alto recurso a intervenções farmacológicas como benzodiazepinas (52,7%), não alinhada com as melhores práticas recomendadas. Mostrou também que as enfermarias/unidades que utilizavam protocolos para a abordagem do delirium tinham uma maior probabilidade de utilizarem ferramentas validadas para diagnóstico do delirium, sugerindo que a implementação de protocolos pode aumentar a utilização de ferramentas validadas para o diagnóstico do delirium, a frequência da avaliação, bem como a implementação de intervenções preventivas e de tratamento. No Capítulo VIII, são descritas mais duas publicações adicionais. Uma consistiu numa sugestão de um folheto, com indicações para os familiares de doentes, internados em UCI com delirium, visando promover a compreensão, resiliência e força para humanizar o tratamento do delirium. A outra publicação explora a gravidade do delirium em UCI e seu impacto nos desfechos clínicos. São discutidas ferramentas para diagnóstico e quantificação, como o CAM-ICU-7, DRS-R98 e ICDSC, destacando o conceito de delirium subsindromático. Conclui-se que a avaliação regular da gravidade pode orientar estratégias preventivas e terapêuticas, embora ainda faltem evidências de que a redução da gravidade do delirium melhore os desfechos clínicos.
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Os seus fatores de risco devem ser evitados ou minimizados e o seu diagnóstico deve ser acurado. Para tal, está recomendada uma monitorização diária em UCI, com escalas validadas, e a aplicação de um conjunto de medidas não farmacológicas, associadas à sua prevenção, redução da duração e gravidade. Em Portugal, não existia informação sobre a prevalência do delirium nas UCIs nem sobre as práticas clínicas nacionais relativas ao delirium e DSS. A ausência de dados restringe significativamente a evolução e a melhoria das práticas médicas. Sem uma compreensão detalhada dos padrões prevalentes e das intervenções em curso, torna-se desafiador estabelecer diretrizes para linhas de investigação, campanhas de sensibilização ou para a implementação de recomendações normativas adaptadas ao contexto nacional. Relativamente ao DSS, os estudos em UCI são limitados. Fora da UCI está descrita uma associação com o aumento do tempo de internamento hospitalar, com o declínio cognitivo e funcional e com a mortalidade. Estes desfechos têm uma gravidade inferior aos associados ao delirium. Na UCI, está descrita a associação com uma maior duração do internamento, mas sem associação com a mortalidade. Não existe informação sobre os desfechos a longo prazo após a alta, como o impacto na capacidade cognitiva e funcional. O DSS estabelece-se como foco de investigação, sendo necessário clarificar a sua trajetória e relação com o delirium bem como o seu impacto no doente crítico durante o internamento e após a alta. O reconhecimento do DSS e a compreensão da sua evolução para o delirium ou para formas de cognição normal, são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias preventivas e melhoria dos desfechos. A mudança das práticas médicas é muito motivada e impulsionada pelo reconhecimento de uma situação prevalente, com impacto nos desfechos clínicos e cuja abordagem permita melhorar a sintomatologia e o prognóstico. Assim, esta tese apresenta um conjunto de estudos científicos que visam melhorar o conhecimento atual sobre o delirium e DSS contribuindo com dados que permitam um melhor tratamento dos doentes. O primeiro tópico, abordado e descrito no Capítulo III, refere-se à caracterização da prática clínica associada ao delirium em UCIs Portuguesas, para o qual foram realizados dois estudos com publicação conjunta. Através de um inquérito nacional, uma amostra de médicos intensivistas relataram as suas práticas relativas à analgesia, à sedação e ao delirium em UCIs. Optou-se por conciliar estas três temáticas dada a relação estreita entre a sedação, a dor e a ocorrência de delirium. O segundo trabalho consistiu num estudo de prevalência pontual nacional em que se foi aferir a prevalência do delirium e quais as práticas diárias em UCIs Portuguesas relativamente à analgesia, sedação e delirium. Os resultados dos dois estudos foram analisados e publicados em conjunto. Mostraram que a avaliação do delirium em UCI é escassa e sem recurso a ferramentas validadas e que o DSS é conhecido, mas não é pesquisado na prática clínica. A prescrição de benzodiazepinas ainda é elevada, com evidência de excesso de sedação em cerca de 30% dos doentes. Os pontos positivos correspondem à monitorização regular da analgesia e sedação, e ao controlo da dor recorrendo predominantemente a analgésicos opióides e com abordagens multimodais. Foi realizada uma revisão da literatura sobre o delirium associado à sepsis (Capítulo IV). A sepsis e o choque séptico são uma das principais causas de admissão em cuidados intensivos. O cérebro é particularmente suscetível aos efeitos da sepsis com manifestações muito variadas, desde a confusão até ao coma. O delirium associado à sepsis ainda não está completamente compreendido, mas pensa-se resultar da combinação da neuroinflamação com distúrbios no endotélio e na perfusão cerebral, alterações da barreira hematoencefálica e dos neurotransmissores. A melhor abordagem do delirium na sepsis passa pela identificação precoce da sepsis, com controlo do foco infecioso e antibioterapia apropriada, evitando outros fatores precipitantes (mantendo a normoglicemia, correção de alterações hidroelectrolíticas e ácido-base e da insuficiência respiratória) associado às medidas preventivas gerais já conhecidas e recomendadas a todos os doentes. O segundo tópico da tese diz respeito ao estudo do delirium subsindromático (DSS). Para estudar a prevalência do DSS e os desfechos clínicos associados à sua ocorrência em UCI, realizamos inicialmente uma revisão sistemática e metanálise (Capítulo V). Nos seis estudos analisados, a prevalência do DSS foi de 36% (950 doentes). A metanálise mostrou um aumento do tempo de internamento hospitalar nos doentes com DSS, contudo, o impacto na mortalidade só foi avaliado em dois estudos não tendo mostrado associação (hazard ratio 0.97, 0.61-1.55, p=0.90 e 5%. vs 9%, p=0.51). De seguida, publicámos uma revisão sobre os conhecimentos e importância do DSS em UCI com uma abordagem prática para o médico intensivista (Capítulo VI). Neste artigo foi explorada a questão da definição do DSS ser pouco precisa, as diferenças de prevalência do DSS, o impacto do DSS nos desfechos clínicos e as incertezas sobre a progressão do DSS e do seu tratamento. Foi levantada a questão sobre a necessidade de mais estudos sobre os desfechos e trajetória do DSS. As duas publicações prévias foram a base para investigar a prevalência do DSS na UCI e o impacto do DSS nos desfechos hospitalares e após a alta (Capítulo VII). Realizámos um estudo multicêntrico observacional prospetivo, em UCIs portuguesas (106 doentes). A ocorrência do DSS nas primeiras 72h foi de 24.5% (n=26) e esteve associada com a duração da ventilação mecânica invasiva (p=0.003) e com o tempo de internamento em UCI (p=0.002). Após as 72h, a maioria dos doentes com DSS melhorou (30.8%) e apenas um doente evoluiu para delirium. Este foi o primeiro estudo com follow-up após a alta, em doentes críticos com DSS, tendo demonstrado que a maioria teve um declínio cognitivo desde a admissão até aos 3 meses com melhoria aos 6 meses. Uma subanálise deste estudo foi apresentada no congresso da European Society of Intensive Care Medicine (ESICM), mostrando que a prevalência do DSS em UCI é igualmente alta com a aplicação das duas escalas validadas para o delirium, a CAM-ICU (33.6%) e a ICDSC (21.9%). No Capítulo VIII apresento outras publicações adicionais em que participei, relacionados com a temática da tese. Destaco o estudo World Delirium Awareness Day (WDAD), que decorreu no dia 15 de Março de 2023, após a pandemia COVID-19, e do qual fui investigadora nacional. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência global do delirium clinicamente documentado, bem como as práticas clínicas associadas ao delirium. Participaram 44 países, e foram incluídos 36048 doentes às 8h e 32867 doentes às 20h, adultos e crianças, tendo Portugal incluído 1094 doentes. A prevalência de delirium foi cerca de 18%, apenas incluindo os doentes cujo diagnóstico de delirium se baseou em ferramentas validadas. A prevalência variou significativamente entre continentes, países e grupos etários. Permitiu concluir que aproximadamente um em cada cinco doentes apresentava delirium, e verificou um alto recurso a intervenções farmacológicas como benzodiazepinas (52,7%), não alinhada com as melhores práticas recomendadas. Mostrou também que as enfermarias/unidades que utilizavam protocolos para a abordagem do delirium tinham uma maior probabilidade de utilizarem ferramentas validadas para diagnóstico do delirium, sugerindo que a implementação de protocolos pode aumentar a utilização de ferramentas validadas para o diagnóstico do delirium, a frequência da avaliação, bem como a implementação de intervenções preventivas e de tratamento. No Capítulo VIII, são descritas mais duas publicações adicionais. Uma consistiu numa sugestão de um folheto, com indicações para os familiares de doentes, internados em UCI com delirium, visando promover a compreensão, resiliência e força para humanizar o tratamento do delirium. A outra publicação explora a gravidade do delirium em UCI e seu impacto nos desfechos clínicos. São discutidas ferramentas para diagnóstico e quantificação, como o CAM-ICU-7, DRS-R98 e ICDSC, destacando o conceito de delirium subsindromático. Conclui-se que a avaliação regular da gravidade pode orientar estratégias preventivas e terapêuticas, embora ainda faltem evidências de que a redução da gravidade do delirium melhore os desfechos clínicos.ABSTRACT: Subsyndromal delirium (SSD) and delirium are common conditions in Intensive Care Units (ICUs) that require special attention due to their manifestations and impact on critically ill patients. The scientific literature is focused on delirium, acknowledging a high prevalence, multiple risk factors, and severity based on its presentation or duration. Delirium in the ICU is associated with worse outcomes, including prolonged mechanical ventilation time, ICU and hospital length of stay, and higher mortality. Therefore, there is a recognition of the importance of delirium and the need for an early preventive and diagnostic approach. Delirium risk factors should be avoided or minimized, and the diagnosis must be accurate. For this, daily monitoring in the ICU with validated scales is recommended, as well as the implementation of a set of non-pharmacological measures that are associated with delirium prevention and less duration and severity. In Portugal, there was no information on the prevalence of delirium in ICUs or on national clinical practices regarding delirium and SSD. The absence of data significantly restricts the evolution and improvement of medical practices. Without a detailed understanding of prevalent patterns and ongoing management, it becomes challenging to establish guidelines for research directions, awareness campaigns, or the implementation of normative recommendations adapted to the national context. Regarding SSD, studies in the ICU are limited. Outside the ICU, an association with increased hospital length of stay, cognitive and functional decline, and mortality has been described. These outcomes have a lower severity than those associated with delirium. In the ICU, an association with prolonged hospital length of stays is described, but without an association with mortality, and there is no information on long-term outcomes after discharge, such as the impact on cognitive and functional capacity. SSD is established as a research focus, and it is necessary to clarify its trajectory and relationship with delirium as well as SSD impact on the critically ill patient during and after hospitalization. SSD recognition and understanding are fundamental for preventive strategies development and to outcomes improvement. The shift in medical practices is greatly motivated and driven by the recognition of a prevalent condition that impacts clinical outcomes and whose management can improve symptomatology and prognosis. Therefore, this thesis presents a set of scientific studies that aim to enhance the current knowledge of delirium and SSD, contributing data that allow for better patient treatment. The first topic, addressed and described in Chapter III, pertains to the characterization of clinical practice associated with delirium in Portuguese ICUs, for which two studies were conducted with joint publication. Through a national survey, a sample of intensive care physicians reported their practices regarding analgesia, sedation, and delirium in ICUs. These three themes were reconciled due to the close relationship between sedation, pain, and the delirium occurrence. The second work consisted of a national point prevalence study to ascertain the prevalence of delirium and daily practices in Portuguese ICUs regarding analgesia, sedation, and delirium. The results of both studies were analyzed and published together. They showed that the evaluation of delirium in ICUs is scarce and without validated tools, and that SSD is known, but not diagnosed in clinical practice. The prescription of benzodiazepines is still high, with evidence of excessive sedation in about 30% of patients. There were a regular assessment of analgesia and sedation. Pain control was done predominantly using opioid analgesics and multimodal approaches. A literature review on delirium associated with sepsis was conducted (Chapter IV). Sepsis and septic shock are among the main causes of admission to intensive care. The brain is particularly susceptible to the effects of sepsis with a varied of manifestations, from confusion to coma. Delirium associated with sepsis is not yet fully understood, but it is thought to result from the combination of neuroinflammation with endothelial and cerebral perfusion disturbances, alterations of the blood-brain barrier, and neurotransmitters. The best approach to delirium in sepsis involves early identification of sepsis, with control of the infection focus and appropriate antibiotic therapy, avoiding other precipitating factors (maintaining normoglycemia, correction of hydroelectrolytic and acid base alterations, and respiratory failure), and maintaining preventive measures. The second topic of the thesis pertains to the study of Subsyndromal Delirium (SSD). To investigate the prevalence of SSD and the clinical outcomes associated with its occurrence in the ICU, I participated in a systematic review and meta-analysis (Chapter V). Among the six studies analyzed, the prevalence of SSD was 36% (950 patients). The meta- analysis indicated an increase in hospital length of stay for patients with SSD, however, the impact on mortality was assessed in only two studies and did not show a significant association (hazard ratio 0.97, 0.61-1.55, p=0.90 and 5% vs 9%, p=0.51). Subsequently, we published a review on the knowledge and importance of SSD in the ICU with a practical approach for the intensive care physician (Chapter VI). This article explored the issue of the imprecise definition of SSD, the variations in prevalence, the impact of SSD on clinical outcomes, and the uncertainties regarding the progression of SSD and its treatment. It raised the question of the need for more studies on the outcomes and trajectory of SSD. These two previous publications were the basis for investigating the prevalence of SSD in ICU and its impact on hospital outcomes and post-discharge (Chapter VII). We conducted a multicenter observational prospective study in Portuguese ICUs (106 patients). The occurrence of SSD in the first 72 hours was 24.5% (n=26) and was associated with the duration of invasive mechanical ventilation (p=0.003) and ICU length of stay (p=0.002). After 72 hours, the majority of patients with SSD improved (30.8%), and only one patient progressed to delirium. This was the first study with follow-up after discharge, in critical patients with SSD, showing that the majority experienced cognitive decline from admission up to 3 months post-discharge, with improvement at 6 months. A sub-analysis of this study was presented at the European Congress of Intensive Care, showing that the prevalence of SSD in the ICU is also high when applying the two validated scales for delirium, the CAM-ICU (33.6%) and the ICDSC (21.9%). Chapter VIII presents additional publications in which I participated, related to the theme of the thesis. The study World Delirium Awareness Day (WDAD), which took place on March 15, 2023, after the COVID-19 pandemic, in which I was the national investigator, aimed to assess the global prevalence of clinically documented delirium, as well as clinical practices associated with delirium. Forty-four countries participated, and 36,048 patients were included at 8 a.m. and 32,867 patients at 8 p.m., including adults and children, with 1,094 patients from Portugal. The prevalence of delirium was approximately 18%, including only patients whose diagnosis of delirium was based on validated tools. The prevalence varied significantly between continents, countries, and age groups. It concluded that approximately one in five patients had delirium, and it identified a high use of pharmacological interventions such as benzodiazepines (52.7%), which were not aligned with recommended best practices. It also showed that wards/units using protocols for addressing delirium were more likely to use validated tools for diagnosing delirium, suggesting that implementing protocols may increase the use of validated tools for diagnosing delirium, assessment frequency, and the implementation of preventive and treatment interventions. Chapter VIII presents two additional publications. One consisted of a proposed flyer with guidance for families of patients admitted to ICUs with delirium, aiming to promote understanding, resilience, and strength to humanize delirium treatment. The other publication explores the severity of delirium in ICUs and its impact on clinical outcomes. It discusses tools for diagnosis and quantification, such as CAM-ICU-7, DRS-R98, and ICDSC, highlighting the concept of subsyndromal delirium. It concludes that regular assessment of severity may guide preventive and therapeutic strategies, although evidence is still lacking to demonstrate that reducing delirium severity improves clinical outcomesPóvoa, Pedro Manuel Sarmento RodriguesSalluh, Jorge Ibrain FigueiraRUNPaulino, Maria Carolina2025-05-08T08:16:21Z2025-02-202025-02-20T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/182857TID:101408129porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-05-12T01:46:52Zoai:run.unl.pt:10362/182857Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T07:13:45.573654Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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Para tal, está recomendada uma monitorização diária em UCI, com escalas validadas, e a aplicação de um conjunto de medidas não farmacológicas, associadas à sua prevenção, redução da duração e gravidade. Em Portugal, não existia informação sobre a prevalência do delirium nas UCIs nem sobre as práticas clínicas nacionais relativas ao delirium e DSS. A ausência de dados restringe significativamente a evolução e a melhoria das práticas médicas. Sem uma compreensão detalhada dos padrões prevalentes e das intervenções em curso, torna-se desafiador estabelecer diretrizes para linhas de investigação, campanhas de sensibilização ou para a implementação de recomendações normativas adaptadas ao contexto nacional. Relativamente ao DSS, os estudos em UCI são limitados. Fora da UCI está descrita uma associação com o aumento do tempo de internamento hospitalar, com o declínio cognitivo e funcional e com a mortalidade. Estes desfechos têm uma gravidade inferior aos associados ao delirium. Na UCI, está descrita a associação com uma maior duração do internamento, mas sem associação com a mortalidade. Não existe informação sobre os desfechos a longo prazo após a alta, como o impacto na capacidade cognitiva e funcional. O DSS estabelece-se como foco de investigação, sendo necessário clarificar a sua trajetória e relação com o delirium bem como o seu impacto no doente crítico durante o internamento e após a alta. O reconhecimento do DSS e a compreensão da sua evolução para o delirium ou para formas de cognição normal, são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias preventivas e melhoria dos desfechos. A mudança das práticas médicas é muito motivada e impulsionada pelo reconhecimento de uma situação prevalente, com impacto nos desfechos clínicos e cuja abordagem permita melhorar a sintomatologia e o prognóstico. Assim, esta tese apresenta um conjunto de estudos científicos que visam melhorar o conhecimento atual sobre o delirium e DSS contribuindo com dados que permitam um melhor tratamento dos doentes. O primeiro tópico, abordado e descrito no Capítulo III, refere-se à caracterização da prática clínica associada ao delirium em UCIs Portuguesas, para o qual foram realizados dois estudos com publicação conjunta. Através de um inquérito nacional, uma amostra de médicos intensivistas relataram as suas práticas relativas à analgesia, à sedação e ao delirium em UCIs. Optou-se por conciliar estas três temáticas dada a relação estreita entre a sedação, a dor e a ocorrência de delirium. O segundo trabalho consistiu num estudo de prevalência pontual nacional em que se foi aferir a prevalência do delirium e quais as práticas diárias em UCIs Portuguesas relativamente à analgesia, sedação e delirium. Os resultados dos dois estudos foram analisados e publicados em conjunto. Mostraram que a avaliação do delirium em UCI é escassa e sem recurso a ferramentas validadas e que o DSS é conhecido, mas não é pesquisado na prática clínica. A prescrição de benzodiazepinas ainda é elevada, com evidência de excesso de sedação em cerca de 30% dos doentes. Os pontos positivos correspondem à monitorização regular da analgesia e sedação, e ao controlo da dor recorrendo predominantemente a analgésicos opióides e com abordagens multimodais. Foi realizada uma revisão da literatura sobre o delirium associado à sepsis (Capítulo IV). A sepsis e o choque séptico são uma das principais causas de admissão em cuidados intensivos. O cérebro é particularmente suscetível aos efeitos da sepsis com manifestações muito variadas, desde a confusão até ao coma. O delirium associado à sepsis ainda não está completamente compreendido, mas pensa-se resultar da combinação da neuroinflamação com distúrbios no endotélio e na perfusão cerebral, alterações da barreira hematoencefálica e dos neurotransmissores. A melhor abordagem do delirium na sepsis passa pela identificação precoce da sepsis, com controlo do foco infecioso e antibioterapia apropriada, evitando outros fatores precipitantes (mantendo a normoglicemia, correção de alterações hidroelectrolíticas e ácido-base e da insuficiência respiratória) associado às medidas preventivas gerais já conhecidas e recomendadas a todos os doentes. O segundo tópico da tese diz respeito ao estudo do delirium subsindromático (DSS). Para estudar a prevalência do DSS e os desfechos clínicos associados à sua ocorrência em UCI, realizamos inicialmente uma revisão sistemática e metanálise (Capítulo V). Nos seis estudos analisados, a prevalência do DSS foi de 36% (950 doentes). A metanálise mostrou um aumento do tempo de internamento hospitalar nos doentes com DSS, contudo, o impacto na mortalidade só foi avaliado em dois estudos não tendo mostrado associação (hazard ratio 0.97, 0.61-1.55, p=0.90 e 5%. vs 9%, p=0.51). De seguida, publicámos uma revisão sobre os conhecimentos e importância do DSS em UCI com uma abordagem prática para o médico intensivista (Capítulo VI). Neste artigo foi explorada a questão da definição do DSS ser pouco precisa, as diferenças de prevalência do DSS, o impacto do DSS nos desfechos clínicos e as incertezas sobre a progressão do DSS e do seu tratamento. Foi levantada a questão sobre a necessidade de mais estudos sobre os desfechos e trajetória do DSS. As duas publicações prévias foram a base para investigar a prevalência do DSS na UCI e o impacto do DSS nos desfechos hospitalares e após a alta (Capítulo VII). Realizámos um estudo multicêntrico observacional prospetivo, em UCIs portuguesas (106 doentes). A ocorrência do DSS nas primeiras 72h foi de 24.5% (n=26) e esteve associada com a duração da ventilação mecânica invasiva (p=0.003) e com o tempo de internamento em UCI (p=0.002). Após as 72h, a maioria dos doentes com DSS melhorou (30.8%) e apenas um doente evoluiu para delirium. Este foi o primeiro estudo com follow-up após a alta, em doentes críticos com DSS, tendo demonstrado que a maioria teve um declínio cognitivo desde a admissão até aos 3 meses com melhoria aos 6 meses. Uma subanálise deste estudo foi apresentada no congresso da European Society of Intensive Care Medicine (ESICM), mostrando que a prevalência do DSS em UCI é igualmente alta com a aplicação das duas escalas validadas para o delirium, a CAM-ICU (33.6%) e a ICDSC (21.9%). No Capítulo VIII apresento outras publicações adicionais em que participei, relacionados com a temática da tese. Destaco o estudo World Delirium Awareness Day (WDAD), que decorreu no dia 15 de Março de 2023, após a pandemia COVID-19, e do qual fui investigadora nacional. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência global do delirium clinicamente documentado, bem como as práticas clínicas associadas ao delirium. Participaram 44 países, e foram incluídos 36048 doentes às 8h e 32867 doentes às 20h, adultos e crianças, tendo Portugal incluído 1094 doentes. A prevalência de delirium foi cerca de 18%, apenas incluindo os doentes cujo diagnóstico de delirium se baseou em ferramentas validadas. A prevalência variou significativamente entre continentes, países e grupos etários. Permitiu concluir que aproximadamente um em cada cinco doentes apresentava delirium, e verificou um alto recurso a intervenções farmacológicas como benzodiazepinas (52,7%), não alinhada com as melhores práticas recomendadas. Mostrou também que as enfermarias/unidades que utilizavam protocolos para a abordagem do delirium tinham uma maior probabilidade de utilizarem ferramentas validadas para diagnóstico do delirium, sugerindo que a implementação de protocolos pode aumentar a utilização de ferramentas validadas para o diagnóstico do delirium, a frequência da avaliação, bem como a implementação de intervenções preventivas e de tratamento. No Capítulo VIII, são descritas mais duas publicações adicionais. Uma consistiu numa sugestão de um folheto, com indicações para os familiares de doentes, internados em UCI com delirium, visando promover a compreensão, resiliência e força para humanizar o tratamento do delirium. A outra publicação explora a gravidade do delirium em UCI e seu impacto nos desfechos clínicos. São discutidas ferramentas para diagnóstico e quantificação, como o CAM-ICU-7, DRS-R98 e ICDSC, destacando o conceito de delirium subsindromático. Conclui-se que a avaliação regular da gravidade pode orientar estratégias preventivas e terapêuticas, embora ainda faltem evidências de que a redução da gravidade do delirium melhore os desfechos clínicos.
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