Relação entre a deteção isquémica na cintigrafia de perfusão miocárdica e a presença de estenose coronária

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Main Author: Pereira, Camila Nunes
Publication Date: 2016
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.6/5315
Summary: Introdução: A Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio (CPM) é um importante exame não invasivo no diagnóstico e seguimento da cardiopatia isquémica. Objetivo: Avaliar a relação entre defeitos isquémicos/necróticos na Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio de sobrecarga farmacológica com adenosina e a presença de estenoses coronárias em angiografia coronária. Metodologia: Estudo retrospetivo de uma população de doentes consecutivos submetidos a CPM com sobrecarga farmacológica com adenosina (140 ug/kg/min em 5 min) e a subsequente coronariografia. Na CPM, selecionaram-se todos os doentes com defeitos de perfusão compatíveis com isquémia e/ou defeitos necróticos com sequela isquémica. Todos os casos foram revistos por médico nuclearista em colaboração com médico cardiologista com experiência em medicina nuclear. Na coronariografia valorizaram-se a presença de lesões estenóticas detetáveis independentemente do grau de estenose identificada. Foi feita uma relação estatística entre os achados dos dois exames. Resultados: Foram incluídos 145 pacientes, 107 do sexo masculino e 38 do sexo feminino, com idades entre 33-86 anos, média de idades de 63 anos. Destes, 45 têm coronariografia normal, dos restantes: 80 apresentam doença severa (pelo menos uma estenose >50%) e 20 apresentam doença ligeira (estenoses <50%). A sensibilidade da CPM nesta população é de 69%. A CPM foi realizada para seguimento da doença em 55 pacientes (37,9%), e para diagnóstico em 90 (62,1%). Na CPM de seguimento, 89,5% apresentam doença na coronariografia, em comparação a 59,7% na CPM de diagnóstico. Os fatores de risco mais prevalentes são a HTA (n=93, 64%) e dislipidémia (n=89, 61%). Ser do sexo masculino (p=0,034) e apresentar defeito nas paredes posterior e inferior (p=0,004) estão associados a ter doença angiográfica. Não ter eventos anteriores (p=0,016) e não ter defeito na parede lateral (p=0,049) associam-se a falsos positivos na cintigrafia. Existe uma correspondência de 80% entre as paredes septal e anterior e a artéria coronária descendente anterior; 76,9% entre as paredes posterior e inferior e a artéria coronária direita; e de 37,5% entre a parede lateral e a artéria coronária circunflexa. Não foram encontradas associações entre a medicação efetuada pelo doente e o aparecimento de falsos positivos. Conclusões: Apesar dos valores de sensibilidade, neste estudo, serem inferiores aos referidos na literatura, a CPM deve ser tida em conta, em conjunto com o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes, aquando da decisão terapêutica - medicamentosa ou revascularização. Representa um excelente método de seguimento para doentes com doença conhecida ou após revascularização. A CPM mostrou uma elevada sensibilidade em detetar isquemia nos territórios irrigados pela descendente anterior e coronária direita. Este estudo revelou uma menor capacidade em detetar defeitos isquémicos nas áreas irrigadas pela circunflexa. Em relação ao perfil clínico-epidemiológico: ser do sexo masculino e ter defeitos na parede posterior encontram-se associados à presença de doença na coronariografia. Estes fatores devem apoiar a decisão da realização de coronariografia subsequente, em detrimento da terapêutica medicamentosa.
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Todos os casos foram revistos por médico nuclearista em colaboração com médico cardiologista com experiência em medicina nuclear. Na coronariografia valorizaram-se a presença de lesões estenóticas detetáveis independentemente do grau de estenose identificada. Foi feita uma relação estatística entre os achados dos dois exames. Resultados: Foram incluídos 145 pacientes, 107 do sexo masculino e 38 do sexo feminino, com idades entre 33-86 anos, média de idades de 63 anos. Destes, 45 têm coronariografia normal, dos restantes: 80 apresentam doença severa (pelo menos uma estenose >50%) e 20 apresentam doença ligeira (estenoses <50%). A sensibilidade da CPM nesta população é de 69%. A CPM foi realizada para seguimento da doença em 55 pacientes (37,9%), e para diagnóstico em 90 (62,1%). Na CPM de seguimento, 89,5% apresentam doença na coronariografia, em comparação a 59,7% na CPM de diagnóstico. Os fatores de risco mais prevalentes são a HTA (n=93, 64%) e dislipidémia (n=89, 61%). Ser do sexo masculino (p=0,034) e apresentar defeito nas paredes posterior e inferior (p=0,004) estão associados a ter doença angiográfica. Não ter eventos anteriores (p=0,016) e não ter defeito na parede lateral (p=0,049) associam-se a falsos positivos na cintigrafia. Existe uma correspondência de 80% entre as paredes septal e anterior e a artéria coronária descendente anterior; 76,9% entre as paredes posterior e inferior e a artéria coronária direita; e de 37,5% entre a parede lateral e a artéria coronária circunflexa. Não foram encontradas associações entre a medicação efetuada pelo doente e o aparecimento de falsos positivos. Conclusões: Apesar dos valores de sensibilidade, neste estudo, serem inferiores aos referidos na literatura, a CPM deve ser tida em conta, em conjunto com o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes, aquando da decisão terapêutica - medicamentosa ou revascularização. Representa um excelente método de seguimento para doentes com doença conhecida ou após revascularização. A CPM mostrou uma elevada sensibilidade em detetar isquemia nos territórios irrigados pela descendente anterior e coronária direita. Este estudo revelou uma menor capacidade em detetar defeitos isquémicos nas áreas irrigadas pela circunflexa. Em relação ao perfil clínico-epidemiológico: ser do sexo masculino e ter defeitos na parede posterior encontram-se associados à presença de doença na coronariografia. Estes fatores devem apoiar a decisão da realização de coronariografia subsequente, em detrimento da terapêutica medicamentosa.Introduction: Myocardial Perfusion Imaging is an important non-invasive test for the diagnosis and monitoring of ischemic heart disease. Aim: To evaluate the relationship between ischemic/necrotic defects in Myocardial Perfusion Scintigraphy (MPS) with pharmacological stress using adenosine and the presence of coronary stenoses in coronary angiography. Methodology: Retrospective study of a population of consecutive patients undergoing MPS with pharmacological stress with adenosine (140 ug/kg/min for 5 min) and subsequent coronary angiography. In MPS, we selected all patients with perfusion defects consistent with ischemia and/or necrotic defects with ischemic sequel. All cases were reviewed by a specialist in nuclear medicine in collaboration with a cardiologist with experience in nuclear medicine. In coronary angiography we valued the presence of stenotic lesions regardless of the degree of stenosis identified. A statistical relationship between the findings of the two tests (p <0.05 statistically significant) was done. Results: 145 patients were included in this study, 107 male and 38 female, aged 33-86, with an average age of 63 years. 45 have normal coronary angiography, and the remaining hundred patients: 80 have severe disease (at least one stenosis > 50%) and 20 have mild disease (stenosis <50%). The sensitivity of the MPS is 69%. MPS was performed with the purpose of follow up in 55 patients (37.9%), and for diagnosis in 90 patients (62.1%). 89.5% of the patients undergoing a follow-up MPS, presented disease in coronary angiography, compared to 59.7% in the diagnostic MPS. The most prevalent risk factors are hypertension (n = 93, 64%) and dyslipidemia (n = 89, 61%). Being male (p = 0.034) and having ischemic defects on the inferior and posterior walls in the MPS (p = 0.004) are associated with having angiographic disease. Not having earlier events - infarction of stroke (p = 0.016) and having no defect on the lateral wall (p = 0.049) are associated with false positives in scintigraphy. There is a match of 80% between anterior and septal wall and anterior descending coronary artery; 76.9% between posterior and inferior walls and right coronary artery; and of 37.5% between lateral wall and circumflex coronary artery. We did not find any association between the medication and the appearance of false positive results. Conclusions: Although the sensitivity values in this study are lower than those obtained previously, this exam must be taken into account, together with the clinical and epidemiological profile of patients at the time of therapeutic decision - medication or revascularization. It is an excellent method of follow-up for patients with known disease or after revascularization. MPS showed high sensitivity in detecting ischemia in the territories corresponding to DCA and RCA. However, this study revealed a lower capacity in detecting ischemic defects in areas irrigated by CCA. Regarding the clinical and epidemiological profile: being a male and having defects in the posterior and inferior wall are associated with the presence of disease in coronary angiography. These factors should support the decision to conduct subsequent coronary angiography, instead of medication.Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosuBibliorumPereira, Camila Nunes2018-07-20T15:56:30Z2016-5-132016-06-252016-06-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5315urn:tid:201774348porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-11T14:43:55Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5315Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:20:24.917656Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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