Irradiação UV-C de cogumelos para obtenção de vitamina D2

• Main Author: Cardoso, Rossana V.C.
• Publication Date: 2019
• Other Authors: Fernandes, Ângela, Barreira, João C.M., González-Paramás, Ana María, Barros, Lillian, Ferreira, Isabel C.F.R.
• Language: por
• Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Download full: http://hdl.handle.net/10198/24117
• topic: Irradiação UV-C; Cogumelos

Inúmeras investigações descrevem o carater altamente nutritivo dos cogumelos, aliado às suas propriedades medicinais (e.g., antitumorais, antimicrobianas, hipocolesterolémicas, antioxidantes); propriedades estas atribuídas à presença de compostos bioativos nomeadamente o ergosterol (precursor da vitamina D2) e outros esteroides, os compostos fenólicos e as vitaminas. A vitamina D2, em particular, desempenha um papel importante na prevenção de diversas patologias e processos fisiopatológicos. Para além da suplementação e da dieta, as leveduras e os cogumelos são as únicas fontes de vitamina D2 (formada durante a exposição aos raios ultravioleta- UV) [1]. Uma vez que as fontes alimentares são escassas, a deficiência de vitamina D pode causar sérios problemas de saúde, tais como, raquitismo, osteoporose, esclerose múltipla, doenças cardiovasculares, entre outros [2]. Neste trabalho, avaliou-se o potencial da utilização de radiação UV-C no aumento do teor de vitamina D2 em amostras laminadas de Agaricus bisporus (J.E. Lange) Imbach e Agaricus bisporus Portobello. A irradiação foi realizada numa câmara UV com a intensidade de 0 (controlo), 200, 800 e 3200 mJ/cm2 e tempo de exposição 0, 2, 6 e 10 min. A vitamina D2 foi determinada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a um detetor de UV [2,3]. Verificou-se uma interação significativa (p <0,050) entre os fatores (tempo de exposição x intensidade UV-C). A aplicação da radiação UV-C promoveu um aumento na quantidade de vitamina D2, provavelmente devido à conversão de parte do conteúdo de ergosterol naturalmente presente nos cogumelos. No que diz respeito ao tempo de exposição, o período de 6 min resultou como sendo a escolha mais adequada (125 µg/g DW de vitamina D2), uma vez que não foram alcançados aumentos significativos com o tempo máximo testado (10 min). Por outro lado, a dose recomendada de radiação UV-C seria a de 200 mJ/cm, considerando que essa opção poderia representar uma vantagem económica, sem comprometer o aumento da vitamina D2.