Infeção assintomática por Bordetella pertussis na população adulta portuguesa, em 2015-2016
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Publication Date: | 2019 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.18/7137 |
Summary: | Introdução: Em Por tugal e apesar da alta cober tura vacinal o número de casos de tosse convulsa notificados tem vindo a aumentar. A reemergência da tosse convulsa em países com elevadas cober turas vacinais tem tornado par ticularmente relevante a avaliação da infeção por Bordetella per tussis em adultos, descrita como assintomática ou ligeiramente sintomática, pela possibilidade de transmissão da bactéria aos grupos etários mais jovens com esquema vacinal incompleto. Objetivo: Estimar a proporção de adultos assintomáticos com contacto recente com Bordetella per tussis na população residente em Por tugal entre 2015-2016. Material e Métodos: Na realização deste estudo foi utilizada uma amostra de base populacional constituída por 1628 indivíduos assintomáticos distribuídos igualmente por ambos os sexos, com idade superior a 19 anos e divididos em quatro grupos etários. A determinação da concentração de IgG antitoxina per tússica foi efetuada utilizando reagentes comerciais. Os resultados obtidos foram expressos em UI/mL segundo critérios definidos internacionalmente, em que soros com IgG <40 UI/mL devem ser interpretados como não existindo evidência de contacto recente com Bordetella pertussis enquanto soros com concentrações 100 UI/mL indicam contacto recente com a bactéria. Os soros com resultados entre os 40 e as 99 UI/mL devem ser considerados inconclusivos. A análise estatística consistiu na determinação de frequências absolutas e relativas, ponderadas para a população portuguesa, com um nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados mostraram que 1,0% (n=17) dos indivíduos assintomáticos estudados, possuíam uma concentração de IgG 100 UI/mL o que evidenciava uma infeção recente por Bordetella pertussis. Estes encontravam-se distribuídos por todas as regiões NUTS II sendo, contudo, mais frequentes entre 20 e os 44 anos. No entanto, 4,8% dos indivíduos estudados (n=78), igualmente distribuídos por todos os grupos etários, possuíam uma concentração de IgG entre 40-99 UI/mL o que não permite excluir um contacto recente com a bactéria. Discussão/Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que, em Portugal, a infeção assintomática por Bordetella pertussis em adultos, embora não elevada, existe em todas as regiões e em todos os grupos etários. Esta evidência é consistente com vários autores que consideram que, em países com alta cobertura vacinal e reemergência da tosse convulsa, a infeção assintomática em adultos é a possibilidade mais relevante de transmissão a lactentes. Os resultados deste estudo também apoiam a introdução, no Programa Nacional de Vacinação em 2017, da vacinação contra a tosse convulsa na grávida a fim de reduzir o risco desta doença a recém-nascidos e crianças com vacinação incompleta. |
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Infeção assintomática por Bordetella pertussis na população adulta portuguesa, em 2015-2016Asymptomatic Bordetella pertussis infection in the Portuguese adult population, 2015-2016Bordetella pertussiInfeção AssintomáticaTosse Convulsa2015-2016Doenças Evitáveis pela VacinaçãoEstados de Saúde e de DoençaInfecções Sistémicas e ZoonosesPortugalIntrodução: Em Por tugal e apesar da alta cober tura vacinal o número de casos de tosse convulsa notificados tem vindo a aumentar. A reemergência da tosse convulsa em países com elevadas cober turas vacinais tem tornado par ticularmente relevante a avaliação da infeção por Bordetella per tussis em adultos, descrita como assintomática ou ligeiramente sintomática, pela possibilidade de transmissão da bactéria aos grupos etários mais jovens com esquema vacinal incompleto. Objetivo: Estimar a proporção de adultos assintomáticos com contacto recente com Bordetella per tussis na população residente em Por tugal entre 2015-2016. Material e Métodos: Na realização deste estudo foi utilizada uma amostra de base populacional constituída por 1628 indivíduos assintomáticos distribuídos igualmente por ambos os sexos, com idade superior a 19 anos e divididos em quatro grupos etários. A determinação da concentração de IgG antitoxina per tússica foi efetuada utilizando reagentes comerciais. Os resultados obtidos foram expressos em UI/mL segundo critérios definidos internacionalmente, em que soros com IgG <40 UI/mL devem ser interpretados como não existindo evidência de contacto recente com Bordetella pertussis enquanto soros com concentrações 100 UI/mL indicam contacto recente com a bactéria. Os soros com resultados entre os 40 e as 99 UI/mL devem ser considerados inconclusivos. A análise estatística consistiu na determinação de frequências absolutas e relativas, ponderadas para a população portuguesa, com um nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados mostraram que 1,0% (n=17) dos indivíduos assintomáticos estudados, possuíam uma concentração de IgG 100 UI/mL o que evidenciava uma infeção recente por Bordetella pertussis. Estes encontravam-se distribuídos por todas as regiões NUTS II sendo, contudo, mais frequentes entre 20 e os 44 anos. No entanto, 4,8% dos indivíduos estudados (n=78), igualmente distribuídos por todos os grupos etários, possuíam uma concentração de IgG entre 40-99 UI/mL o que não permite excluir um contacto recente com a bactéria. Discussão/Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que, em Portugal, a infeção assintomática por Bordetella pertussis em adultos, embora não elevada, existe em todas as regiões e em todos os grupos etários. Esta evidência é consistente com vários autores que consideram que, em países com alta cobertura vacinal e reemergência da tosse convulsa, a infeção assintomática em adultos é a possibilidade mais relevante de transmissão a lactentes. Os resultados deste estudo também apoiam a introdução, no Programa Nacional de Vacinação em 2017, da vacinação contra a tosse convulsa na grávida a fim de reduzir o risco desta doença a recém-nascidos e crianças com vacinação incompleta.Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IPRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdePalminha, P.Costa, I.Pinto, S.Roquette, R.Nunes, B.Moura, S.Neves, R.Lourenço, T.Ribeiro, C.Pereira, B.2020-07-31T14:19:23Z2019-122019-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/7137por0874-29282182-8873 (em linha)info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-02-26T14:24:02Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/7137Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T21:38:57.145067Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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