O NOVO ENSINO MÉDIO EM DUAS ESCOLAS ESTADUAIS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL: PERSPECTIVAS DE DOCENTES E DISCENTES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fiorese, Lucimara lattes
Orientador(a): Forneck, Kári Lúcia lattes
Banca de defesa: Schwertner, Suzana Feldens, Neuenfeldt, Derli Juliano, Silva, Roberto Rafael Dias da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGEnsino;Ensino
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CH
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/3933
Resumo: Com a promulgação da Lei 13.415, de 2017, do Novo Ensino Médio, percebeu-se o atravessamento de questionamentos e incertezas a respeito da educação brasileira, percorrendo um caminho de discussões que vêm acontecendo no cenário educacional, sendo que alguns desses atravessamentos envolvem a formação docente, o protagonismo das juventudes e as tecnologias digitais. Considerando esses aspectos, esta pesquisa surge da questão norteadora: Como está acontecendo a implantação do Novo Ensino Médio em duas escolas na rede pública, no interior do estado do Rio Grande do Sul, e quais são as percepções dos atores envolvidos – discentes e docentes – acerca desse processo, pautando-se nos eixos da formação de professores, juventudes e tecnologias digitais? Buscando responder a esta questão, objetivou-se compreender as percepções de discentes e de docentes em relação à implantação do Novo Ensino Médio em duas escolas da rede pública estadual de um município do interior do Rio Grande do Sul, considerando os eixos da formação de professores, das juventudes e das tecnologias digitais. Esse objetivo subdividiu-se em três específicos: a) conhecer os processos de construção e implantação do Novo Ensino Médio pela experiência de docentes e discentes em duas escolas estaduais do Rio Grande do Sul; b) investigar as contribuições do percurso da docência e do perfil profissional de dois professores do Novo Ensino Médio, considerando a sua formação e sua relação com as tecnologias digitais; e c) analisar as percepções dos alunos que estão no Novo Ensino Médio, trazendo ao contexto da pesquisa o lugar das tecnologias digitais e das juventudes na construção do ensino. No desenvolvimento teórico do estudo, realizou-se um resgate histórico do Ensino Médio brasileiro desde o Brasil colônia, e, a partir dessas elucidações, propôs-se olhar a formação inicial e continuada dos docentes e abordar as tecnologias digitais, o ensino e as juventudes. O percurso metodológico desta investigação fundamentou-se na abordagem qualitativa de caráter descritivo, sendo realizadas duas entrevistas com dois professores e dois grupos de discussão, compostos por sete alunos em cada grupo. Destaca-se que esses sujeitos são oriundos de duas escolas públicas do interior do Rio Grande do Sul. Os dados produzidos foram categorizados por meio da Análise Textual Discursiva de Moraes e Galiazzi (2016), emergindo três categorias: (1) Os desafios da implantação do Novo Ensino Médio; (2) A formação e a atuação dos professores; e (3) Juventudes, tecnologias digitais e protagonismo juvenil. Os resultados da primeira categoria evidenciaram que a proposta do Novo Ensino Médio foi implantada sem o adequado preparo docente, como percebido pela falta de clareza quanto às disciplinas e às trilhas pedagógicas. Além disso, o governo não assumiu um papel ativo que auxiliasse na transição, ou seja, diversas promessas concernentes a uma abordagem educacional reflexiva e inovadora não se concretizaram. Contudo, a proposta desafiou os docentes e os alunos a terem uma aproximação à realidade dos alunos que não era percebida anteriormente. No contexto da segunda categoria, a formação dos docentes refletiu a dedicação e a paixão pelo ensino e pela aprendizagem. Também, percebeu-se que a formação continuada precisa estar alinhada às necessidades dos professores e dos alunos, de forma a promover a transversalidade, possibilitar as potencialidades das tecnologias digitais e permitir a criação de um ambiente crítico e inovador em sala de aula. Já na terceira categoria, evidenciou-se que as juventudes estão imersas nas tecnologias digitais e dessa forma moldam o mundo e criam expectativas em relação ao ensino. Encontraram-se desafios e oportunidades nas provocações da Educação onLIFE, suscitando reflexões a respeito de um ensino e uma aprendizagem humanística, crítica e saudável. Percebeu-se, ainda, que começam a acontecer algumas aproximações das escolas com o protagonismo juvenil, mas entende-se que sua concretização exige um ambiente de confiança e apoio, no qual o docente desempenha um papel fundamental na orientação e na promoção do protagonismo dos jovens estudantes. Enfim, a escola é essencial para construir as identidades dos docentes e das juventudes, proporcionando um horizonte de formação de cidadãos ativos, conscientes e humanos.