Avaliação do efeito da simulação realística em relação à indução de empatia e compaixão em estudantes de medicina durante a disciplina de psicologia e medicina: um ensaio clínico do tipo crossover

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dantas, Raul Prates lattes
Outros Autores: Shansis, Flávio Milman
Orientador(a): Shansis, Flávio Milman lattes
Banca de defesa: Silva, Guilherme Liberato da, Kliemann, Lúcia, Timmers, Luis Fernando Saraiva Macedo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGEnsino;Ensino
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CSA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/3713
Resumo: Introdução: A empatia e compaixão são habilidades essenciais na relação médico- paciente. A inserção da simulação realística (SR), com pacientes simulados (PSs), é uma forma de aquisição de conhecimentos através de habilidades e competências, por meio das metodologias ativas (MAs). Hipótese: Espera-se que os níveis de empatia e de compaixão dos alunos, submetidos à simulação realística, com paciente simulado, sejam maiores ao final da Disciplina de Psicologia e Medicina do que em relação ao seu início. Objetivo: Avaliar a eficácia da metodologia de simulação realística no aumento dos níveis de empatia e compaixão em um ambiente de simulação realística, durante a Disciplina de Psicologia e Medicina, realizada durante o quinto semestre do Curso de Medicina da Universidade do Vale do Taquari (Univates). Metodologia: Trata-se de um ensaio clínico controlado, cuja amostra experimental foi constituída por alunos de duas turmas do Curso de Medicina da Univates que cursaram a disciplina em dois semestres consecutivos. O grupo controle foi composto por, aproximadamente, 30% do número total de alunos das outras dez turmas restantes do Curso de Medicina da Univates, escolhidos de forma randômica. Os participantes do grupo experimental responderam às escalas de Índice de Reatividade Interpessoal (IRI), Índice de Empatia (IE) e Escala de Empatia de Jefferson - versão para estudantes (JSE-S), através de uma auto avaliação, no início e no final do semestre. Os participantes dos dois grupos-controle responderam às escalas IRI, IE E JSE-S no início e no final do semestre, também através do envio destas escalas auto-preenchidas. O Inventário de Personalidade para o DSM-5 (PID- 5) foi respondido apenas no início do semestre por ambos os grupos. Os dados aqui apresentados foram coletados entre Setembro de 2021 e Junho de 2022. Resultados: A amostra total do estudo contou com 171 estudantes de medicina. Destes, 73 fizeram parte do grupo experimental e 98 do grupo-controle. O grupo-controle positivo foi composto por alunos que já haviam cursado a Disciplina com a utilização da simulação realística (N=49). O grupo-controle negativo foi composto por alunos que já haviam realizado esta Disciplina, porém com metodologia tradicional ou então por alunos que ainda não cursaram a disciplina (N=49). Foi possível identificar maiores níveis de empatia na escala IRI, no início do semestre, para o Grupo Experimental em relação aos demais Grupos Controle; no entanto, nossos resultados não demonstraram diferenças estatisticamente significativas nos níveis de empatia do Grupo Experimental quando comparados o início e o final do semestre. Por outro lado, os resultados sugerem que as características associadas à empatia parecem estar mais relacionadas aos domínios de personalidade - aferidos pelo PID-5 - do que com a intervenção de simulação realística em sala de aula. Houve correlação positiva entre IRI e IE ao final do semestre para o grupo experimental, indicando que o perfil dos alunos ("o que o indivíduo é") estaria se aproximando mais daquilo que o profissional médico ”deveria reproduzir”. Ainda, nossos resultados não conseguiram demonstrar, para o Grupo Controle Positivo, um efeito duradouro da metodologia ativa de simulação realística. Conclusões: Apesar de a intervenção proporcionar a vivência, o confronto e a exposição, simulando situações da prática médica real, isso não se refletiu em aumento dos níveis de empatia e compaixão ao final do semestre, contrariando a hipótese inicial do presente estudo e confirmando a hipótese nula.