Digestão anaeróbia do lodo biológico de uma ETE petroquímica – um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mafioleti, Joseane Parizzi lattes
Orientador(a): Konrad, Odorico lattes
Banca de defesa: Feil, Alexandre André, Bücker, Francielle, Ferla, Noeli Juarez
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGSAS;Sistemas Ambientais Sustentáveis
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/3467
Resumo: A energia das biomassas é oriunda do tratamento de dejetos orgânicos que pode ser feito através da digestão anaeróbia, que gera o biogás. Através de biodigestores, que nada mais são do que reatores anaeróbios, onde o material orgânico que pode ser esgoto, efluente, lodo de ETEs e demais resíduos com elevada carga orgânica, é decomposto por bactérias metanogênicas. No tratamento de efluentes em ETEs Petroquímicas é gerado o lodo biológico, que se trata da biomassa que se formou às custas do alimento fornecido pelo efluente. O lodo biológico pode conter substâncias que conferem periculosidade ao resíduo como poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e micro- organismos patogênicos que podem classificá-lo como perigoso. O objetivo do trabalho foi realizar a digestão anaeróbia do lodo biológico proveniente de uma ETE Petroquímica para quantificar e qualificar o biogás gerado e verificar a concentração dos contaminantes presentes após a digestão. A metodologia utilizada foi a realização da digestão anaeróbia do lodo em escala laboratorial, as análises físico-químicas e a caracterização do lodo conforme ABNT NBR 10.004/2004 antes e após a digestão. Os resultados dos experimentos mostraram um baixo rendimento na produção de biogás e de metano com PBB de 45,13 mL Biogás/gSV, PBM de 25,9 mL Metano/gSV e com rendimento estimado de 0,7235 m3 de metano por tonelada de lodo. Os percentuais médios de metano obtidos nos experimentos foram de 33,2 %, 50,95 % e 39,17 %. Para os experimentos contínuos, percebeu-se a redução dos percentuais de metano durante as alimentações com o lodo e o aumento destes percentuais após término das alimentações, demonstrando a presença de agentes inibidores de produção de metano nesse substrato. A caracterização do lodo evidenciou altas concentrações de Cromo, que conferem característica tóxica ao lodo e que é considerado um agente inibidor da produção de biogás, por se tratar de um metal pesado. O cromo é de origem de lixiviados de aterros sanitários que são tratados juntamente com os efluentes petroquímicos. Concluiu-se que o lodo após ser submetido a digestão anaeróbia não apresentou produção de biogás e metano satisfatória para aproveitamento energético na ETE devido aos agentes inibidores presentes e ainda que não houve alteração na classificação de resíduo após a digestão, permanecendo o lodo caracterizado como resíduo perigoso pela presença do cromo em sua composição.