Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Schneider, Fernanda
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Orientador(a): |
Machado, Neli Teresinha Galarce
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PPGAD;Ambiente e Desenvolvimento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10737/2613
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Resumo: |
Esta tese é uma contribuição à história Guarani que se desenvolveu entre ~A.D. 1400-1800 no centro-sul da Bacia do Taquari-Antas, Rio Grande do Sul, Brasil. Os Guarani ocuparam as terras baixas dessa Bacia contemporaneamente aos Jê estabelecidos mais densamente nas terras altas do Planalto das Araucárias. Em ~A.D. 1630, a chegada de missionários jesuítas e bandeirantes ao território Guarani das terras baixas estimulou nova dinâmica histórica. Discutimos esse contexto mantendo como guia de investigação o impacto Guarani sobre os mais antigos habitantes da Bacia, os Jê, bem como os efeitos sociopolíticos desencadeados entre os Guarani a partir da pressão estrangeira. Analisamos essas questões sob uma perspectiva regional e outra local, nesse último caso avaliando dois sítios do Médio Forqueta, o RS-T-114 e o RS-T-132. Os resultados demonstraram que os Guarani ocuparam rapidamente os vales dessa Bacia estabelecendo aldeias em pontos estratégicos e ocasionando, como efeito, a desocupação de aldeias Jê da borda sul do Planalto. Essa primeira fase não foi densa entre os Guarani, mas aldeias bem localizadas, como o RS-T-114, ascendiam socialmente com a inauguração de áreas de festins e rituais. A intensificação da ocupação Guarani passou a ocorrer a partir do ~A.D. 1500, durando mais ou menos até ~A.D. 1630, quando a chegada efetiva dos europeus deu início ao declínio Guarani na região. Durante o processo de desestruturação regional o RS-T-114, manteve-se ocupado permanentemente até ~A.D. 1800, bem como aldeias periféricas que orbitavam esse sítio, como o RS-T-132, foram reocupadas após a saída dos estrangeiros das adjacências. Sugerimos que a intensificação de ocupação em ~A.D. 1500 resultou do crescimento do poder de lideranças já em ascensão frente aos efeitos indiretos do processo colonial. Durante a chegada efetiva dos estrangeiros, enquanto o colapso de muitas aldeias ocorria, o RS-T-114, uma aldeia densa, permanente, com produção de cultivos domesticados consolidada, áreas de festins e rituais, manteve-se politicamente fortalecida, recebendo em seu entorno remanescentes Guarani do processo colonial após ~A.D. 1650. De uma forma geral, sugerimos que o contexto Guarani do Médio Forqueta apresentou uma dinâmica sui generis na Bacia do Taquari-Antas, relacionada a fatores políticos e de prestígio entre as aldeias, mantendo uma permanência de ocupação mais longa do que o esperado, ultrapassando décadas ou até um século o processo colonial. |