Os rios compõem histórias: os saberes e as percepções de sociedade tradicional e sociedade nacional em espaços da bacia hidrográfica Taquari-Antas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lappe, Emelí lattes
Orientador(a): Laroque, Luís Fernando da Silva lattes
Banca de defesa: Périco, Eduardo, Rosa, Rogério Reus Gonçalves Da, Rodrigues, Cíntia Regia
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGAD;Ambiente e Desenvolvimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/2978
Resumo: As atividades da sociedade conectadas à natureza estão relacionadas e, portanto, fazem parte da produção sociocultural do espaço. Nos territórios delimitados pela Bacia Hidrográfica Taquari-Antas (BHTA), observa-se que as distintas sociedades buscaram ao longo do tempo determinados lugares para viver e manusear os recursos existentes, observando o ambiente para utilizá-lo para sua subsistência. A pesquisa se desenvolveu com o intuito de demonstrar a interação da sociedade com a natureza e a ocupação dos espaços da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, na perspectiva da Sociedade Tradicional e da Sociedade Nacional. Entendendo que os territórios são marcados e estabelecidos por relações de poder e manuseados de acordo com a lógica cultural das sociedades que o ocupam tem-se a problemática de pesquisa: Quais as percepções existentes dos integrantes e coletivos de Sociedade Tradicional e de integrantes da Sociedade Nacional no que tange a ocupação territorial de espaços da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas? Há articulações entre os saberes dos integrantes de Sociedade Tradicional e de integrantes de Sociedade Nacional em relação ao manuseio destes espaços? A partir dessa problemática, a tese teve por objetivo analisar as percepções, os saberes e as lógicas culturais de integrantes e coletivos de Sociedade Tradicional e de Sociedade Nacional no que tange a ocupação territorial, as relações de poder, os conhecimentos socioculturais e ambientais no que diz respeito aos espaços da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. A metodologia de pesquisa debruçou-se em fontes documentais as quais foram consultadas em arquivos do CODEVAT e Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, bem como em revisões bibliográficas. Recorreu-se ainda a investigação em campo com a produção de diários, registros fotográficos e a realização de entrevistas utilizando-se da metodologia da História Oral, delimitando como amostragem para interlocução de 31 pessoas, composta por Pescadores artesanais do Vale do Taquari, indígenas Kaingang da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, integrantes do CODEVAT, do Comitê da BHTA, Geógrafos, Biólogos, Mãe de Santo e Líder de bairro, a maioria destes inseridos em espaços da BHTA. Os dados obtidos na pesquisa foram analisados tendo por base aportes teóricos alusivos a territorialidade, cultura e conhecimento tradicional. Os resultados comprovaram a tese de que em espaços da Bacia Taquari-Antas os saberes e a utilização dos territórios pela Sociedade Tradicional e Sociedade Nacional estão pautados nas suas próprias percepções sobre preservação, manuseio e desenvolvimento no que se refere a relação entre sociedade-natureza. Constatou-se, alinhado a área das Ciências Ambientais, que coletividades e integrantes da Sociedade Tradicional usufruem e manejam os espaços naturais pensando na sustentabilidade familiar e os integrantes da Sociedade Nacional utilizam os espaços da BHTA para o desenvolvimento econômico e urbanização, com a alegação que seus projetos se voltam para a preservação do meio ambiente. A partir dos dados pesquisados concluímos que a percepção histórica e sociocultural da Sociedade Tradicional, composta por Kaingang e pescadores artesanais, e Sociedade Nacional, representada na investigação pelo CODEVAT, Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, agentes acadêmicos e líderes comunitárias, demonstraram singularidades em relação a BHTA e estas percepções estão perpassadas pela cultura do grupo a que se inserem, a qual norteia a apropriação e o uso dos recursos naturais existentes no espaço.