Aspectos sobre ecologia e conservação do veste-amarela Xanthopsar flavus (Gmelin, 1788) (aves, icteridae) em duas unidades de conservação no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mohr, Luciane Rosa da Silva lattes
Orientador(a): Périco, Eduardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGAD;Ambiente e Desenvolvimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/1722
Resumo: A degradação e perda de habitats são as maiores ameaças à biodiversidade. O veste-amarela (Xanthopsar flavus) (Gmelin, 1788) é uma ave globalmente vulnerável à extinção. Habita áreas de campo e áreas abertas, sendo uma espécie prioritária para conservação e pesquisas. Esta tese apresenta informações sobre tamanho populacional, hábitos alimentares, uso de habitat, comportamento, biologia reprodutiva e sucesso reprodutivo de X. flavus em duas unidades de conservação em Viamão, RS, Brasil: a Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande e o Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, classificado como uma “Important Bird Area”. Além disso, apresenta um mapa da distribuição potencial da espécie, usando a modelagem de nicho ecológico. A procura por X. flavus foi realizada principalmente em áreas abertas e áreas úmidas. Fora das estações reprodutivas o comportamento dos indivíduos foi registrado através do método ad libitum. Durante as estações reprodutivas, pares de X. flavus foram observados através dos métodos ad libitum e de amostragem por sequências. As áreas foram visitadas mensalmente, totalizando cerca de 530h em 84 dias de observações (setembro/2014 a junho/2016), que incluíram duas estações reprodutivas. A espécie foi observada em todos os meses (não necessariamente no mesmo ano) e vários bandos de X. flavus foram registrados, alguns com mais de cem indivíduos (2-137). Duas colônias reprodutivas foram encontradas e 11 ninhos foram monitorados. O sucesso reprodutivo foi estimado em 10% na colônia 1 e em zero na colônia 2, onde todos os ovos e ninhegos foram predados. A predação parece ser o principal fator associado ao baixo sucesso reprodutivo da espécie. Baseado nessa informação, um experimento com ninhos artificiais foi realizado para verificar as taxas de predação em locais com ocorrência de X. flavus. Embora não esperado, por ser uma área de proteção ambiental, as maiores taxas de predação destes ninhos foram registradas dentro do refúgio, onde também foi detectada a menor taxa de sobrevivência diária dos ninhos. Estes fatores, associados à altura da vegetação nesta área, podem explicar a ausência da nidificação de X. flavus nesses locais, apesar da ocorrência da espécie. Outros experimentos podem ser realizados para verificar como os predadores podem impactar X. flavus e utilizar estas informações no manejo de áreas de nidificação. Além disso, baseado em registros de X. flavus no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, um mapa de distribuição potencial foi produzido usando o algoritmo Maxent, aplicando os parâmetros sugeridos pelo programa, para analisar as áreas de maior adequabilidade ambiental para a ocorrência de X. flavus. A maioria dessas áreas se encontra no Brasil, reforçando a necessidade deste país desenvolver estratégias para a conservação desta espécie. Os resultados também reforçam a importância das unidades de conservação para a manutenção de populações de X. flavus e a necessidade da preservação de áreas úmidas com gravatás (Eryngium sp.). A manutenção de áreas adequadas à reprodução e alimentação da espécie é necessária e urgente. As informações desta pesquisa estão sendo utilizadas na elaboração do plano de manejo do RVS Banhado dos Pachecos, no qual X. flavus é uma das espécies-alvo de conservação.