Uma experiência do ensino da língua brasileira de sinais na disciplina de língua portuguesa em uma escola regular: vivenciando o protagonismo do discente com surdez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Rosiane Sousa lattes
Orientador(a): Hattge, Morgana Domênica lattes
Banca de defesa: Munhoz, Angelica Vier, Agapito, Francisca Melo, Becker, Caroline
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGEnsino;Ensino
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CH
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/3404
Resumo: Esta dissertação, que convida à reflexão sobre práticas de ensino para alunos com surdez, inseridos em classes comuns, aborda o tema, Uma Experiência do Ensino da Língua Brasileira de Sinais na disciplina de Língua Portuguesa em uma Escola Regular: Vivenciando o Protagonismo do Discente com Surdez, a partir de um estudo de caso. O estudo se justifica, considerando a necessidade de refletir sobre as práticas de ensino vivenciadas pelo aluno com surdez, inserido em sala de aula comum, que, apesar de tantas leis e decretos, ainda enfrenta barreiras para garantir um ensino com direito e respeito à sua língua materna. Diante desse cenário e a constante inquietação que o tema suscita, chegou-se ao seguinte problema de pesquisa: como o protagonismo discente no contexto da disciplina de Língua Portuguesa tem possibilitado o ensino bilíngue (Libras e Língua Portuguesa Escrita - LPE) de um estudante surdo inserido na sala de aula comum? Em consonância com o problema de pesquisa apresentado, o estudo teve como objetivo geral identificar os efeitos do protagonismo discente na difusão da Língua Brasileira de Sinais no contexto da disciplina de Língua Portuguesa em uma escola de ensino comum, com base no estudo realizado com um estudante matriculado no 9o ano do Ensino Fundamental, de uma escola pública municipal na cidade de Santarém, estado do Pará. Participaram da pesquisa três voluntários: uma professora (Mara), um aluno com surdez (João) e sua mãe (Rosa), todos identificados com nomes fictícios para preservar suas identidades. A abordagem teórica pautou-se em legislações brasileiras, Brasil (2002, 2005, 2020, etc.) sobre a Educação Bilíngue para Surdos, além de autores e pesquisadores da área, como: Quadros (1997, 2008, 2009, 2017); Skliar (1998, 2009); Hattge (2014); Lopes e Fabris (2013); Strobel (2006, 2011); Agapito (2020); Veiga- Neto (2001, 2011); Guilherme e Becker (2021), etc. Por tratar-se de um recorte da realidade sobre o protagonismo do discente surdo, o tema foi explorado de forma mais aprofundada através da metodologia de Estudo de Caso único, baseado nos estudos Yin (1994, 2015), Gil (2002), Meirinhos e Osório (2010). Os dados foram produzidos através de observação, diário de campo e entrevistas semiestruturadas, com base nos estudos de Marietto (2018); Abib, Hoppen, Hayashi Junior (2013); Amado (2017) e Trvinos (1987). Para a organização da pesquisa qualitativa, os dados foram alinhados através da Análise de Conteúdo de Bardin (1979), com a pretensão de apresentar evidências e informações a respeito dos questionamentos apresentados. Os resultados obtidos expõem os efeitos da vivência relatada no estudo de caso e suas principais contribuições para o desenvolvimento de práticas de ensino, da aprendizagem e da comunicação do aluno com surdez, promovidas pela professora do componente curricular de Língua Portuguesa, em parceria com a professora de Atendimento Educacional Especializado e o protagonismo do discente. Entre os efeitos destacam-se: as práticas pedagógicas colaborativas que possibilitaram o ensino bilíngue; a difusão da Libras no contexto escolar que efetivou a comunicação em Língua de Sinais entre o aluno surdo e os ouvintes (professora e colegas de classe); a valorização e o respeito pela cultura surda/ou por sua cultura linguística; a inserção do aluno nas práticas de ensino curricular; o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo do discente surdo no processo de ensino e de aprendizagem.