Tessituras etnomatemáticas nos anos iniciais na perspectiva da educação bilíngue para surdos no município de Imperatriz/MA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Agapito, Francisca Melo lattes
Orientador(a): Giongo, Ieda Maria lattes
Banca de defesa: Schwertner, Suzana Feldens, Lopes, Maura Corcini, Quartieri, Marli Teresinha, Oliveira, Cláudio José de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGEnsino;Ensino
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CH
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/2875
Resumo: A educação bilíngue para surdos por utilizar a Libras como língua de instrução, tem se configurado como uma proposta para efetivar as aprendizagens de que eles necessitam. Nessa perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo geral investigar jogos de linguagem de um grupo de alunos surdos do 4° e 5° Anos Iniciais e de suas respectivas professoras na Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Professor Telasco Pereira Filho, em Imperatriz/MA. As balizas teóricas que sustentam a investigação são do campo da Etnomatemática, em seus entrecruzamentos com as ideias da maturidade de Ludwig Wittgenstein e conceitos da obra de Michel Foucault. Nessas balizas também se encontram as ferramentas metodológicas postas em ação para analisar o material de pesquisa. Os instrumentos utilizados para a geração de dados constituíram-se de observações, filmagens realizadas no decorrer das aulas de Matemática, excertos registrados no diário de campo, fotos e materiais produzidos por oito alunos surdos do 4° e 5° Anos Iniciais e duas professoras destes. O exercício analítico pautado nas teorizações da Etnomatemática e na análise de discurso na perspectiva foucaultiana, apontou que: a) Há o discurso de valorização do sujeito surdo e de seus artefatos culturais, em particular, a visualidade, traduzida nas práticas docentes por meio do uso de materiais concretos visuais e manipuláveis; aspecto que permitiu inferir também que o discurso da Educação Matemática acerca da importância do uso de materiais concretos segue gerando efeitos de verdade, seja para alunos surdos ou ouvintes. Na Escola Bilíngue pesquisada, esse discurso revelou-se impregnado nas práticas das professoras e dos alunos surdos, embora estes demonstrassem não necessitar mais do adendo do material concreto; b) os artefatos culturais, em especial, a visualidade e a Libras, configuram-se como jogos de linguagem potentes na forma de vida dos alunos surdos investigados, servindo como base para que aprendizagens matemáticas sejam efetivadas; c) entre os jogos de linguagem matemáticos evidenciados, há semelhanças de família entre a Matemática Escolar e aquelas praticadas pelos alunos surdos, algumas tênues, outras mais marcantes, bem como dessemelhanças entre os jogos de linguagem que emergiram nas práticas destes. Ressalta-se, ainda, a valorização dos jogos de linguagem dos alunos surdos por parte de suas professoras, que, em alguns momentos, agregaram os modos próprios de calcular de seus alunos às suas práticas pedagógicas, o que serve de incentivo para os alunos. Logo, a Escola Bilíngue para Surdos mostrou-se um espaço com abertura para a emergência de distintos jogos de linguagem, aspecto que impulsiona outros olhares investigativos acerca dos desdobramentos que podem emergir sobre esta temática, dentre eles a produção de materiais centrados na cultura surda.