Entre-infâncias: movimentos nômades do recreio infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pretto, Adriana de Oliveira lattes
Orientador(a): Munhoz, Angélica Vier lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGEnsino;Ensino
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CH
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/1574
Resumo: Movimentos nômades de uma infância. Deslocamento, atmosfera, força, devir. Como? Deslocam-se como as dunas no deserto, como ventos que devastam. Paisagem que é sempre outra. Viajam? Atravessam distâncias, sem se arredar. Quilômetros sem desabitar. Viajam até quando estão parados. Um espaço liso que escoa do estriado, linhas que não são traçadas retas e que percorrem toda a dissertação: o que dizem as crianças em seus movimentos nômades? Como produzem fluxos em meio a devires-infantis? Cenário: recreio infantil de uma escola pública. Tablado: a força dos fluxos infantis. Atenta-se à passagem de um estado a outro, ao que pulsa, grita, ecoa, inspira, ondas de intensidade, sensações fugidias. Um cenário carregado de fragmentos nômades que possibilitam movimentar forças. Um palco cheio de vida, movimentos, risos, fluxos, vidências, expressões de pensamento. Abandono? De uma cronologia. Recusa-se o jogo do corpo exausto, disciplinado, caráter majoritário sugerindo outros possíveis sentidos. Estranha-se. Desautomatiza-se. Novas paisagens. Mapeiam-se, assim, outras possibilidades afetivas. Para tanto, recorre-se a algumas ferramentas conceituais produzidas e orientadas pelas pistas que surgiram ao longo do processo de investigação e aproximações de autores como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault e algumas de suas multidões. Pensar a infância por essa perspectiva é pensar numa suspensão de verdades, é estar atento às novas configurações contemporâneas, suspender tramas discursivas que constituem modos de ser e pensar, modos pelos quais temos produzido verdades e temos investido poderes na constituição de identidades-criança. O percurso desta pesquisa constituiu-se a partir do método cartográfico; a pesquisadora buscou estar atenta ao que um grupo de crianças diz e pensa, ao modo como o grupo movimenta nomadicamente o pensamento – isso não com o intuito de encontrar uma nova forma infância, mas outras formas, outras relações mais informes da infância. As linhas de escrita propõem-se a funcionar como entoados poéticos; a cada instante, tudo se renova, e a paisagem é redesenhada constantemente. Ao longo da investigação, fluxos, lampejos, escutas provocam movimentos convidando a ver a vida infantil como recriação de si, com todas as forças inventivas em constante devir.