Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Zadoreski Junior, Miguel Julio
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Orientador(a): |
Schwertner, Suzana Feldens
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PPGEnsino;Ensino
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10737/2532
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Resumo: |
O povo Rikbaktsa teve seus primeiros contatos com os “kadire” (homem branco) a partir da década de 1940. A história da humanidade tem mostrado que, quando duas sociedades diferentes se encontram, muitas adversidades e grandes mudanças podem ocorrer. Em se tratando da etnia Rikbaktsa na relação com o não indígena, observa-se que não foi diferente: seu contexto histórico foi inicialmente marcado por muitos conflitos e violência de ambas as partes. Esses conflitos diminuíram após a intervenção de missionários católicos, mas o contato provocou uma mudança profunda em sua cultura. Atualmente, os Rikbaktsa vivem às margens do Rio Juruena (Mato Grosso), têm convívio com a comunidade não indígena do outro lado do rio, no distrito de Fontanillas, município de Juína (MT). Desta premissa parte a investigação da presente pesquisa: o convívio no contexto escolar como um espaço intercultural. Alguns pais Rikbaktsa confiam a educação dos filhos à Escola Rural Vinícius de Morais, no distrito de Fontanillas, sendo que os estudantes atravessam um rio consideravelmente perigoso para ir à escola, mesmo que exista uma escola dentro da aldeia. Este fator intrigante serviu como subsídio para refletir sobre esta realidade que ocorre no processo de ensino de alunos indígenas da etnia Rikbaktsa em uma escola não indígena e os motivos que os levam a buscar essa escola. Para a presente investigação foram utilizados os seguintes recursos metodológicos: entrevistas, observação de campo, análise documental. Buscando compreender os motivos da preferência da escola e qual é a visão dos pais sobre a escola, foram entrevistados seis pais de estudantes Rikbaktsa, e para compreender os processos de ensino dos estudantes indígenas na escola não indígena, utilizamos a observação participante em duas salas por um período de 36 horas e análise documental dos históricos escolares e do Projeto Político Pedagógico da escola. Os dados foram organizados utilizando a análise de conteúdo proposta por Bardin. Os resultados demonstram que alguns pais dos alunos Rikbaktsa compreendem que a escola não indígena ajuda o jovem Rikbaktsa a entender a sociedade não indígena e os prepara para uma profissão, bem como alegam que na aldeia os professores faltam muito. Constata-se que na escola pesquisada o convívio intercultural ocorre com respeito e interação, os professores dialogam contextualizando muitos conhecimentos de origem indígena, permitindo uma troca de saberes em que os alunos compartilham seus conhecimentos com os docentes, e estes compartilham saberes com os alunos. Esta pesquisa mostra como as relações entre indígenas e não indígenas não se constituem apenas por perdas, mas por trocas que permitem que todos tenham benefícios: pais Rikbaktsa, estudantes (indígenas e não indígenas), professores, escola; enfim, na conquista de compreender o “outro”, sobretudo nos aspectos que concernem à educação e ao ensino. |