Estudo da produção de biomassa no cultivo da microalga Neochloris oleoabundans em vinhaça de cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Goes, Higgor Henrique Dias lattes
Orientador(a): Theodoro, Joseane Debora Peruço lattes
Banca de defesa: Vieira, Admilson Lopes lattes, Andrade, Diva de Souza lattes, Theodoro, Joseane Debora Peruço lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26543
Resumo: A vinhaça da cana­de­açúcar é o efluente líquido gerado na produção de etanol. A cada litro de etanol produzido são gerados até 15 litros de vinhaça. A composição físico­química do efluente apresenta alta toxicidade e elevadas concentrações de nitrogênio e fosfato. Microalgas, ao serem cultivadas, podem produzir matéria­prima para produtos de valor agregado como biocombustíveis, suplementos alimentares, pigmentos e bio­fertilizantes, mas para ser economicamente viável é necessário diminuir os custos do meio de cultivo. A vinhaça pode fornecer os nutrientes necessários para o cultivo de microalgas, sendo a combinação do tratamento biológico para diminuir os impactos de sua disposição no solo e o cultivo de biomassa de microalgas para comercialização de seus produtos uma alternativa vantajosa para ambos os propósitos. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o crescimento da microalga Neochloris oleoabundans em vinhaça de cana­de­açúcar, assim como o tratamento biológico do efluente sucroalcooleiro. No estudo de diversas concentrações, os experimentos ocorreram com a diluição da vinhaça até 30% em água destilada e em meio BBM nas seguintes condições de cultivo: Temperatura 25°C, luminosidade 2000 lux, fotoperíodo 12h/12h e agitação constante em 150 rpm. A maior produção de biomassa ocorreu em vinhaça 30% diluída em água destilada com biomassa produzida de 2,72 g.L­1 e taxa de crescimento específica de 0,5984 d­1 . Nos experimentos com 30% de vinhaça em meio BBM (Bold’s Basal Medium) obteve­se uma biomassa produzida de 2,42 g.L­1 e taxa de crescimento específica de 1,0550 d­1. Assim, a vinhaça foi capaz de suplementar o crescimento da N. oleoabundans e produzir elevada biomassa. Um fator importante foi que em concentrações elevadas ocorreu a inibição do crescimento. Nessas condições apresentadas, as taxas de remoção de nutrientes no meio foram consideradas satisfatórias. Para os meios com vinhaça diluída em água as taxas de remoção foram superiores a 76%, 95% e 69% para os parâmetros Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK), fosfato e Demanda Química de Oxigênio (DQO), respectivamente. Para os meios preparados com a diluição de vinhaça em meio BBM, as taxas de remoção foram superiores a 74%, 93% e 74%, respectivamente. Durante o trabalho, foi observado que a vinhaça conservada por congelamento e/ou adição de ácido sofreu degradação, alterando suas propriedades físico­químicas. O cultivo da microalga N. oleoabundans em vinhaça de cana­de­açúcar apresentou bom crescimento indiciando que a técnica de tratamento biológico do efluente com microalgas é uma alternativa promissora para os objetivos propostos.