A semana pedagógica como formação continuada de professores: um olhar a partir do método de instrução ao sósia
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3001 |
Resumo: | Observamos que nos últimos anos a formação continuada docente que tem sido realizada na rede pública de ensino do estado do Paraná, através da Semana Pedagógica, tem deixado muitos professores insatisfeitos. Por isso, objetivamos, neste trabalho, identificar e analisar de que forma essa formação acontece e quais são os agires identificados de pedagogos e professores para, assim, compreender o que causa o descontentamento dos profissionais mediadores e participantes em relação ao processo, utilizando o método de Instrução ao Sósia, criado por Odonne (1971) e desenvolvido amplamente na Clínica da Atividade pelo psicólogo francês Yves Clot (2010) e seus colaboradores. Procuramos, ainda, pensar como esses processos formativos contribuem para a realização do trabalho escolar e para o desenvolvimento subjetivo de seus participantes e, de que forma influenciam na afetividade dos sujeitos. A formação continuada de professores não pode ser tratada como um processo fixo, pelo contrário, é influenciada pelo contexto sócio-histórico e sofre mudanças, menores ou maiores, no decorrer do tempo, dessa forma, é sempre necessário refletir sobre ela e sobre a influência que pode exercer sobre o profissional. Além disso, salientamos que é de extrema importância proporcionar ao trabalhador em geral e, especificamente, ao docente a oportunidade de refletir sobre sua atividade, fazendo com que ele próprio se expresse e possa, assim, desenvolver-se pessoal e profissionalmente. Utilizamos para a análise pressupostos teóricos oriundos do Interacionismo Sociodiscursivo: concepções sobre trabalho em geral e trabalho docente (MACHADO, 2007); diferenciação entre trabalho prescrito e trabalho realizado (GUÉRIN et al, 1997); noção de “Real da atividade” (CLOT, 2010) e conceito de linguagem (VIGOTSKI, 2009; BAKHTIN, 2014). Apresentamos, além disso, as categorias de análise de textos no Interacionismo Sociodiscursivo, destacando as modalizações (BRONCKART, 2003; MACHADO E BRONCKART, 2009) e modalidades (KOCH, 1997) e os agires no discurso (BRONCKART, 2008; BARRICELLI, 2007), os quais servirão para a análise de nossos dados. Dentre alguns dos resultados alcançados, podemos destacar que a Semana Pedagógica é um evento de formação continuada que envolve o estudo de textos e vídeos e o planejamento e/ou replanejamento do ano letivo. A elaboração desse evento é feita por pessoas alheias ao cotidiano escolar e, à equipe pedagógica, cabe o papel de conhecer o que está previamente organizado e conduzir a realização das ações predefinidas, enquanto os professores, a partir de orientações, assistem aos vídeos, leem os textos propostos, respondem algumas questões sobre estes e (re) organizam suas ações para o semestre ou ano letivo. O problema é que a preparação para a Semana Pedagógica, feita pela equipe pedagógica através do estudo dos textos e vídeos pré-elaborados, geralmente, não se dá da maneira que seria a mais adequada, uma vez que o tempo disponibilizado para esta atividade é curto, fato que faz com que as pedagogas fiquem em uma situação complicada, pois precisam optar entre fazer o trabalho em casa ou ter uma Semana Pedagógica com menos qualidade. Assim, se sentem insatisfeitas, pois gostariam de dispor de mais tempo para poder conhecer melhor o material a ser trabalhado. Notamos que as pedagogas e a professora participantes nesta pesquisa sentem-se descontentes com o fato de a Semana Pedagógica ser um “pacote pronto” com ideias generalizadas e assuntos, para a maioria, repetitivos. Entretanto, percebemos que a oportunidade de (re) planejar as ações para o período letivo e de haver interação entre os profissionais, proporcionada pelo fato de estarem todos reunidos (diretores, pedagogos, professores e agentes educacionais I e II) é considerada importante, pois propicia a chance de conversar sobre situações, opiniões e possibilidades para a realização do trabalho. Porém, apesar de apresentar esses pontos positivos, percebemos que a forma de realização da Semana Pedagógica precisa ser repensada, o que pode ser feito a partir de ações da Clínica da Atividade. |