Efeito estressor do glifosato e paraquate em Saccharomyces cerevisiae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ianoski, Aline Bisinella lattes
Orientador(a): Haminiuk, Charles Windson Isidoro lattes
Banca de defesa: Haminiuk, Charles Windson Isidoro, Soares, Marlene, Alvarez, Thabata Maria
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4315
Resumo: O glifosato e o paraquate são herbicidas utilizados em vários países. O descarte destes produtos e seus metabólitos ocasionam a contaminação de diversos compartimentos ambientais, sendo muitas vezes conduzidos para estações de tratamento de esgoto e de água. Estudos relatam que a exposição a estes compostos pode ocasionar estresse oxidativo nos organismos. Um estímulo exagerado na produção de radicais livres, como as espécies reativas de oxigênio (EROs), pode estar relacionado a mais de cinquenta doenças. Uma maneira de verificar o efeito destes micropoluentes nos seres vivos é empregar a Saccharomyces cerevisiae como um modelo eucariótico. Neste contexto, utilizou-se esta levedura para avaliação do efeito estressor gerado pelos micropoluentes glifosato e paraquate, tanto com os padrões analíticos como com as suas formulações comerciais TROP® e TOCHA®, respectivamente. Foram realizadas análises de sobrevivência celular em diferentes períodos de tempo, da geração de EROs e de dosagem das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) após 2 e 3 horas de exposição aos pesticidas. Para o ensaio de sobrevivência celular as células provenientes da fase de crescimento logarítmico foram tratadas com os padrões analíticos glifosato e paraquate nas concentrações de 50, 100 e 200 µmol L-1. A concentração que mais afetou a taxa de crescimento da levedura foi a de 200 µmol L-1, sendo esta a concentração aplicada nos demais ensaios. Nos testes de sobrevivência com as formulações comerciais TROP® (glifosato) e TOCHA® (paraquate) a taxa de crescimento celular foi drasticamente afetada. Houve elevação na produção de EROs durante a segunda e terceira hora de exposição a quase todos os compostos analisados, exceto para o padrão analítico paraquate na segunda hora. A produção de CAT na segunda hora aumentou apenas para o padrão analítico glifosato, já na terceira hora aumentou tanto para esta substância quanto para a formulação comercial TROP®. Para as demais substâncias estudadas não houve alterações significativas na produção de CAT. A enzima SOD aumentou na presença dos padrões analíticos glifosato e paraquate na segunda hora, já na terceira hora ocorreu redução significativa na atividade enzimática frente apenas ao padrão analítico paraquate. As formulações comerciais TROP® e TOCHA® não apresentaram diferença significativa na produção de SOD em relação ao controle em nenhum dos períodos analisados. Os resultados obtidos evidenciam que há necessidade de abordar não apenas os ingredientes ativos dos pesticidas, mas principalmente as suas formulações comercias, pois é assim que os pesticidas são disponibilizados no ambiente.