Representações de mulheres e condutas ambivalentes na websérie The Lizzie Bennet Diaries, uma adaptação do romance Pride and Prejudice
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Maringá
Francisco Beltrao |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/28996 |
Resumo: | As representações de mulheres na literatura e na mídia são importantes para a construção de identidades de jovens leitoras e espectadoras. Por esse motivo, este trabalho tem como objeto de estudo a websérie The Lizzie Bennet Diaries (20122013), uma adaptação do romance Pride and Prejudice (1813), da escritora inglesa Jane Austen. O objetivo principal desta pesquisa é verificar se a adaptação transmídia que propõe novas formas de construir narrativa também produz novas percepções sobre ser mulher em um sentido emancipatório ou se reitera estereótipos de gênero. A pesquisa realizada é de cunho bibliográfico. Os episódios da websérie foram analisados e interpretados para compreender como as mulheres jovens são representadas na narrativa audiovisual. Como embasamento teórico sobre adaptação, utilizamos principalmente Bruhn (2013) e Hutcheon (2013) para mostrar que existe um diálogo de mão dupla entre o texto anterior e a adaptação, o qual é relevante para o desenvolvimento de uma compreensão mais profunda dos dois textos. A partir de estudos sobre narrativa, cinema e mídia discutimos o processo de produção, circulação e recepção da websérie evidenciando aspectos estruturais da narrativa: a metaficção (WAUGH, 1984; BERNARDO, 2010), as camadas narrativas (XAVIER, 2003; GAUDREAULT e JOST, 2009; GENETTE, 2017), a caracterização como transmídia (JENKINS, 2009). Em seguida, discorremos sobre convenções sociais de feminilidade (BEAUVOIR, 1986; TOURAINE, 2010; LAURETIS, 2019) e como têm sido atualizadas a partir de discursos neoliberais (BAUMAN, 2001; BUDGEON, 2011; MCROBBIE, 2009). Por fim, fazemos a análise das principais personagens presentes na websérie estabelecendo um diálogo com o romance. Os resultados da pesquisa revelam que apesar de a websérie inserir ideais feministas, as representações de mulheres independentes e livres para fazerem escolhas são construções de sujeitos femininos do neoliberalismo. A partir das discussões de McRobbie (2009), evidenciamos como novas tecnologias de gênero estabeleceram um novo ideal de feminilidade, categorizadas pela autora como: a trabalhadora bem qualificada, a máscara pósfeminista e a mulher fálica. A websérie reitera estereótipos de gênero da contemporaneidade atravessados pelo discurso neoliberal e por posicionamentos pósfeministas. As personagens femininas não questionam diferenças de gênero, mas os conflitos narrativos evidenciam que a opressão da mulher ainda existe na sociedade ocidental de novas formas, as quais são distintas das retratadas em Pride and Prejudice no início do século XIX. As personagens têm condutas ambivalentes porque nfrentam contradições culturais: a sociedade incentiva a independência desde que a mulher mantenha a feminilidade. Parte do público que acompanhou a websérie demonstrou se identificar com as personagens femininas, o que mostra a importância da representação de mulheres na formação de subjetividades de leitoras e espectadoras. |