Desenvolvimento sociolinguístico de imigrantes internacionais residentes em Francisco Beltrão - PR
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3004 |
Resumo: | Nos últimos anos, os deslocamentos forçados de pessoas têm crescido em grandes proporções ao redor do mundo. Reflexos dessa situação são observados à medida que cidades como Francisco Beltrão, no estado do Paraná – Brasil, passam a receber indivíduos que vêm de países longínquos, com etnias, línguas, culturas distintas uns dos outros e mesmo das de imigrantes que no passado também contribuíram para a formação da paisagem social brasileira. Nessa reconhecida heterogeneidade, uma coisa permanece comum: a necessidade de desenvolvimento sociolinguístico, uma vez que muitos imigrantes não entendem a Língua Portuguesa (PL) e outros, ainda, desconhecem o alfabeto latino. Considerando experiências de outras cidades brasileiras como em Bordignon (2016) e Giacomini (2017), na acolhida de imigrantes com ações formais e informais de ensino-aprendizagem de LP, decidimos compreender se o mesmo ocorre em Francisco Beltrão, locus da pesquisa. Assim, delineamos como objetivo de pesquisa, investigar as oportunidades de desenvolvimento sociolinguístico de imigrantes internacionais estabelecidos em Francisco Beltrão – PR, considerando a existência de uma relação interlocutiva entre os imigrantes e a comunidade local. A pesquisa se caracteriza essencialmente como uma pesquisa de campo do tipo exploratória aliada a pesquisas bibliográficas e documentais. Para a pesquisa de campo, realizamos entrevistas com três imigrantes durante visitas em seu local de trabalho e com outros três imigrantes durante visitas a duas escolas do sistema de público de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nas escolas, além de conhecer a realidade de sala de aula, entrevistamos quatro docentes que tem/tiveram imigrantes como alunos. O corpus textual produzido foi analisado considerando-se os demais dados levantados sob o prisma da semiótica conforme Peirce (1973) e Santaella (1983); das teorias bakhtinianas (1993, 1999, 2003 e 2006), especialmente a teoria da responsividade ativa do enunciado; de Vygotsky (2007); e das técnicas de análise de material qualitativo de Minayo (2008). As análises, portanto, são de cunho qualitativo e interpretativo. Os resultados mostram que o município de Francisco Beltrão, atualmente, responde à necessidade de desenvolvimento sociolinguístico desses imigrantes pelo cumprimento legal do direito ao acesso aos sistemas públicos de ensino, ou seja, ações formais de ensino que contempla disciplinas de LP. Contudo, os resultados também mostram que há uma discrepância entre a real necessidade de aprendizado desses alunos estrangeiros e o que o sistema EJA tem a oferecer, considerando que é formatado para atender a alunos brasileiros, já falantes fluentes da LP, em processo de alfabetização. Não encontramos no município oferta de ações ensino de LP especificamente voltadas à acolhida de estrangeiros. |