Experiências de adequação sociotécnica e tecnologia social: análise da cooperativa de trabalho dos agentes ambientais de Pato Branco (PR)

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Cavalheiro, Andrea Rafaela Royer
• Orientador(a): Pezarico, Giovanna
• Banca de defesa: Pezarico, Giovanna, Wedig, Josiane Carine, Bagattolli, Carolina
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Pato Branco
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Cooperativas de reciclagem; Associações, instituições, etc.; Tecnologia - Aspectos sociais; Recycling cooperatives; Associations, institutions, etc; Technology - Social aspects
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
• Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4052

Este estudo trata da temática sobre Tecnologia Social (TS) e Adequação Sociotécnica (AST). Está ligado às discussões atuais sobre o desenvolvimento regional. O objetivo foi analisar processos de apropriação técnica, a partir da possível Adequação Sociotécnica e experiências de Tecnologia Social, em uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis. A base do subsídio teórico foi: a crítica da modernidade, o desenvolvimento convencional, as relações de CTS e as políticas públicas. Nesse arcabouço, a corrida frenética pelo crescimento econômico, o uso desenfreado da natureza e o aumento das desigualdades sociais colocou em questão a racionalidade do homem e conceitos como evolução, civilização, progresso e desenvolvimento. Considerando este contexto de desigualdades e insustentabilidade, a presente dissertação propôs-se a pensar em alternativas para o desenvolvimento a partir da TS e AST. Os instrumentos da pesquisa utilizados foram: análise documental, grupos focais e entrevistas, orientados pelo método de Análise de Experiências. O método possui cinco dimensões: 1) Contextualização e Descrição Histórica; 2) Natureza Tecnológica e Meio Sociotécnico; 3) Sustentabilidade Econômica e Ambiental; 4) Arranjo Institucional e de Vinculação; e 5) Política ou Prospecção de Sustentabilidade. Os resultados buscaram contribuir com o tema TS e AST, bem como a reflexão sobre alternativas para o desenvolvimento e o fortalecimento de iniciativas como a cooperativa. Dentre os resultados foi possível observar que a cooperativa em estudo é composta por um determinado coletivo de trabalhadores com características similares e associadas aos fatores de exclusão adotados pela sociedade capitalista (predominam: gênero feminino, raça/cor parda ou negra, baixa escolaridade, idade avançada, experiência profissional de baixa remuneração e alta precarização e habitantes de regiões periféricas). O contexto de formação da cooperativa demonstrou-se envolvido em questões sociais, como o desemprego e baixa renda e em questões políticas, como a necessidade do município garantir o serviço de coleta e destinação dos resíduos sólidos urbanos, bem como garantir acesso aos recursos para tal finalidade, além da questão ambiental que demandava a gestão integrada dos resíduos. Tal conjuntura foi oportuna e consolidou a formalização da cooperativa. Quanto aos processos da apropriação tecnológica, caracterizou-se pela hibridização do modelo convencional e do modelo solidário. A cooperativa alterna experiências de repartição de excedentes, assembleias, reuniões, votações e ajuda mútua, com hierarquias de conhecimento e assimetrias de poder, com destaque para a forte influência do poder público, visto sua maior e praticamente única parceira: a prefeitura. Nesse sentido, verificaram-se limites da experiência à TS, contudo, observou-se a aproximação das Modalidades da AST (especialmente: Uso, Apropriação e Ajuste no processo de trabalho). Ademais, evidenciou-se que transferências tecnológicas e replicações não contextualizadas não são suficientes para a transformação social, mas que são necessárias medidas que incentivem a autonomia e a emancipação, como inferem a AST/TS e as práticas políticas na luta pelo exercício da cidadania. Tal ponto reforça a opinião da TS como uma política pública de desenvolvimento e sugere novos estudos quanto à políticas públicas e o aprimoramento metodológico a percepção dos sujeitos à necessidade de TS/AST.