Os efeitos da interação com a organização-cliente, na subjetividade do consultor organizacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Borgo, Ana Silvia Alves lattes
Orientador(a): Tonon, Leonardo lattes
Banca de defesa: Tonon, Leonardo, Oltramari, Andrea Poleto, Meneghetti, Francis Kanashiro, Nascimento, Thiago Cavalcante
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3455
Resumo: No atual cenário sócio econômico com alto índice de desemprego, os trabalhadores que possuem um emprego convivem com o medo de perdê-lo. Para minimizar este medo, empenham-se em atender as exigências da organização na melhoria do seu desempenho, esforçando-se de diferentes maneiras, como na busca da atualização e do desenvolvimento de novas competências para aumentar a sua produtividade. Diante desta pressão, sua saúde mental e física não ficará ilesa, quer seja apresentando uma doença mental ou somática, ou uma enigmática normalidade diante de situações de aparente sofrimento. Neste atual cenário, verifica-se, também, o aumento de trabalhadores sem vínculo empregatício que, portanto, não estão sob a “proteção” da Consolidação das Leis do Trabalho ou de um estatuto de uma instituição pública. Entre esses trabalhadores está o consultor organizacional, uma atividade profissional, que cresce significativamente no mercado, muitas vezes como alternativa para a situação de desemprego. Denominados de profissionais autônomos ou liberais, sua prática não condiz com esta denominação, não lhe isentando da pressão para a manutenção de sua atividade profissional e das consequências desta para a sua saúde mental e somática, essencialmente em sua relação com as organizações que contratam seus serviços. Uma visão que integre o psiquismo com o corpo e que se propõe a investigar a enigmática normalidade é a abordagem Psicodinâmica do Trabalho, que foi o elemento teórico base desta pesquisa para auxiliar na resposta ao problema: quais os possíveis efeitos da interação com a organização-cliente, na subjetividade do consultor organizacional em seu trabalho, em que pese os aspectos relacionados a prazer e sofrimento? O nível de análise foi um grupo de estudo de profissionais da área de treinamento e desenvolvimento de pessoas, vinculados às empresas de diferentes segmentos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas estruturadas e Grupo Focal e analisados por meio da análise de conteúdo segundo Bauer (2002). Verificou-se que o consultor organizacional na relação com a organização-cliente tem sua subjetividade afetada em vivências de prazer quando tem a possibilidade de intervir na organização do trabalho por meio de criações que permitam aplicar sua experiência e conhecimentos profissionais, o reconhecimento de utilidade de seu trabalho também proporciona prazer e contribui para a construção da sua identidade social. As vivências de sofrimento estão relacionadas à inconstância do trabalho, a incerteza do recebimento dos serviços prestados, o controle do cliente numa relação de subordinação, o trabalho prescrito que se assemelha a um script tornando-o um executor e não um consultor. As estratégias defensivas individuais e coletivas ficaram mais evidentes no Grupo Focal e se apresentavam na forma de racionalização, negação e normopatia. Somatizações relacionadas às questões do trabalho relatadas por algumas pesquisadas sinalizam o esgotamento das estratégias defensivas. Entretanto, dada as contribuições deste profissional para o desenvolvimento humano e das organizações, considera-se importante a realização de estudos que ampliem o conhecimento deste objeto.