As incubadoras tecnológicas de cooperativas populares e a produção do conhecimento: uma análise crítica do conhecimento científico no âmbito das ITCPS

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Ribeiro, Lourenca Santiago
• Orientador(a): Beatriz, Marilene Zazula
• Banca de defesa: Rebechi, Claudia Nociolini , Lima Filho, Domingos Leite , Bufrem, Leilah Santiago , Cunha, Luiz Alexandre Goncalves , Beatriz, Marilene Zazula
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná; Curitiba
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Economia - Aspectos sociais; Conhecimento e aprendizagem; Tecnologia - Aspectos sociais; Solidariedade; Abordagem interdisciplinar do conhecimento; Economics - Social aspects; Knowledge and learning; Tecnology - Social aspects; Solidarity; Interdisciplinary approach to knowledge
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
• Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27522

As Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs) têm entre os seus objetivos assessoramento de Empreendimentos Econômicos Solidários e a produção e disseminação de conhecimento sobre o campo denominado Economia Solidária. Elas se caracterizam como nichos contra-hegemônicos dentro de instituições hegemônicas por natureza – as universidades. Dito isto, informa-se que o objetivo geral desta tese foi realizar uma análise crítica do conhecimento científico produzido no âmbito das ITCPs. Para tanto, realizou-se uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa e quantitativa. A metodologia empregada foi pesquisa bibliográfica e documental, e o instrumento ou estratégia de coleta de dados foi a análise de documentos, que envolveu 66 artigos publicados, no período de 2012 a 2017, por professores(as) e técnicos(as) integrantes de 15 ITCPs ligadas à Rede de ITCPs e que executaram os dois últimos editais do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (PRONINC). A análise dos artigos possibilitou a identificação de dados e informações relacionadas a: autores(as), temas, palavraschave, abrangência, objetivos, referencial teórico, método, metodologia, procedimento, instrumentos, estratégias de coleta de dados e aspectos complementares. Ao final, os dados foram sistematizados e passaram por uma análise descritiva-interpretativa. Entre os resultados obtidos encontra-se que o conhecimento desenvolvido no âmbito das ITCPs é produzido predominantemente por mulheres. No entanto, isso não se reflete nem na forma nem no conteúdo dos estudos – por exemplo: não foram encontrados estudos sobre gênero ou temas correlatos. Trata-se de um conhecimento produzido por pesquisadores(as) profissionais com título de mestre ou doutor(a), oriundos de diferentes áreas do conhecimento. A considerar os temas estudados, a abrangência das pesquisas e os objetivos dos artigos, trata-se de um conhecimento endógeno, que correlaciona teoria e prática, produzido com base em problemas locais. É um conhecimento crítico, que dialoga com outros saberes, desenvolvido em interlocução com pessoas socialmente excluídas e sobre temas que não são de interesse da ciência moderna, do capitalismo. O referencial teórico utilizado é predominantemente crítico. Com relação aos aspectos metodológicos dos artigos analisados, observou-se que muitos autores(as) não apresentam preocupação com a caracterização da pesquisa, tampouco com a descrição do desenho ou percurso metodológico utilizado. Predominam as pesquisas do tipo qualitativa e as estratégias de coleta de dados mais utilizadas são a observação e a realização de entrevista. Entre as questões identificadas e que foram consideradas contraditórias, levando em conta o ideário da Economia Solidária e as características do conhecimento na perspectiva contra-hegemônica, destacam-se: a disciplinaridade na produção do conhecimento e a ausência de trabalhadores(as) entre os(as) autores(as). Não estabelece pontes com outros movimentos antissistema, tais como LGBTQIA+, feminismo, pela moradia, entre outros. E, por fim, sentiu-se falta de artigos que tratem de temas relevantes para o avanço do campo Economia Solidária, tais como: crédito, finanças solidárias, Tecnologia Social, gênero, sustentabilidade, bem viver e formação jurídica dos EES, por exemplo.