Lodo de ETE agroindustrial: uso agrícola e produção de biochar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lorencetti, Grasielle Adriane Toscan lattes
Orientador(a): Vargas, Thiago de Oliveira lattes
Banca de defesa: Pilonetto, Andressa lattes, Cassol, Luís César lattes, Chiarelotto, Maico lattes, Rodrigues, Manuel Angelo Rosa lattes, Vargas, Thiago de Oliveira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30510
Resumo: A utilização agrícola de resíduos agroindustriais é uma alternativa desejável e que se enquadra nos princípios de destinação adequada de resíduos orgânicos. Nos abatedouros de aves, a geração de lodo das estações de tratamento de efluentes (ETE) representam os maiores volumes de resíduos gerados. Seu manejo é difícil e novas tecnologias precisam ser buscadas para viabilizar sua disposição final. Este estudo teve como objetivo caracterizar e classificar o lodo de ETE de um abatedouro de aves, e avaliar seu desempenho no solo e sobre três culturas agrícolas, bem como verificar a possibilidade de produção de um biochar a partir do lodo pirolisado. A classificação e caracterização do lodo, foi realizada conforme legislação brasileira, NBR 10004/2004, Resolução CONAMA 498/2020 e IN nº 61/2020 – MAPA. O experimento de campo foi conduzido em blocos casualizados por dois anos agrícolas, 2019-2020 e 2020- 2021. Foram avaliados os efeitos da aplicação de diferentes doses lodo de ETE, 0, 20, 40, 60 e 80 t ha-1 (com 65% de umidade) sobre a produtividade de três culturas em sucessão: aveia preta, soja e milheto. Foram determinadas a produção de matéria seca (MS) da parte aérea das plantas para aveia e milheto e rendimento para a soja: altura de planta (AP), diâmetro de colmo (DC), número de vagens (NV) e produtividade de grãos (PROD). As propriedades químicas do solo foram avaliadas em três profundidades (0-5 cm, 5-10 cm, 10-20 cm) ao final de cada ciclo. A produção do biochar foi realizada em laboratório, testando temperaturas de pirólise de 400, 450, 500 e 550ºC, durante 1 hora. Para o biochar resultante, foram determinados o rendimento e parâmetros químicos conforme legislação pertinente. A aplicação das doses do lodo de ETE ao solo resultaram em maior produtividade das três culturas, nas duas safras com melhor resposta para a dose de 60 t ha-1. Para aveia e soja, a produção foi significativamente maior após o segundo ano agrícola. No solo, houve aumento nos teores de fósforo e matéria orgânica. O pH sofreu redução, principalmente nas camadas inferiores, e foram registradas quedas nos teores de K, Mg e V% nos tratamentos com as maiores doses do lodo. A produção do biochar mostrou-se possível, obtendo melhor rendimento na temperatura de 400 ºC. Na caracterização do material, para o lodo e seu biochar, verificou-se o atendimento das condicionantes legais, conforme legislação pertinente. A utilização agrícola do lodo de ETE pode ser considerada viável para a produção das culturas estudadas no Sudoeste do Paraná, com potencial para utilização como biochar.