Efeito da suplementação com astaxantina na qualidade oocitária e desenvolvimento in vitro de embriões de vacas holandesas durante o verão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Rafael Arcenio da lattes
Orientador(a): Barros, Flavia Regina Oliveira de lattes
Banca de defesa: Skonieski, Fernando Reimann lattes, Barros, Flavia Regina Oliveira de lattes, Gimenes, Lindsay Unno lattes, Moura, Marcelo Tigre lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Dois Vizinhos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25420
Resumo: No Brasil, fêmeas bovinas em lactação são frequentemente expostas à altas temperaturas, principalmente durante o verão, ficando sujeitas aos efeitos do estresse térmico, elas desenvolvem problemas relacionados à reprodução como comprometimento do desenvolvimento folicular que impacta negativamente a qualidade oocitária, observado foi em vacas de alta produção da raça holandesa. Desta forma, objetivo é examinar o efeito da suplementação de vacas leiteiras com o antioxidante astaxantina sobre a qualidade oocitária e desenvolvimento embrionário in vitro. Vacas holandesas em lactação (n = 45; ± 550 kg de peso vivo) de uma fazenda com sistema de confinamento do tipo Compost Barn, localizada na região Sudoeste do Paraná – Brasil, receberam astaxantina (0, 0,25 ou 0,50 mg kg-1 dia-1 para animais dos grupos controle, baixa astaxantina ou alta astaxantina, respectivamente) por 75 dias. Ao final da suplementação, todos os animais foram submetidos a três sessões de OPU realizadas com intervalos de 15 dias. Todos os oócitos recuperados foram avaliados quanto morfologia, classificados e submetidos à fertilização in vitro para avaliação do desenvolvimento embrionário. A distribuição normal dos dados foi verificada (teste Shapiro-Wilk) assim como a homogeneidade das variâncias (teste F max). Quando as premissas para ANOVA não foram atendidas, os dados foram transformados pela função raiz quadrada e ANOVA de uma via (avaliação do desenvolvimento embrionário in vitro; efeito de astaxantina) ou duas vias com mensurações repetidas no tempo (qualidade oocitária; efeito de astaxantina, tempo e interação) seguidas de teste de comparação múltipla de Tukey foram realizadas pelo programa GraphPad Prism vs.7.0 (GraphPad Inc.). Embora tenham sido observadas temperaturas elevadas durante todo o verão, principalmente no período da tarde com temperatura máxima de 29 ºC detectada no ambiente no qual os animais estavam confinados, as temperaturas cutânea e retal, frequência cardíaca e respiratória não foram afetadas. Observou-se um efeito claro da estação na taxa de produção de embriões a partir de oócitos aspirados de vacas do grupo controle em diferentes épocas do ano, sendo uma pior taxa observada no verão (p=0,0399). Vacas suplementadas com a dose de 0,50 mg kg-1 dia-1 de astaxantina ofereceram uma melhor taxa de recuperação de oócitos totais comparado com grupo controle (p=0,0395) e 0,25 mg kg-1 dia-1 de astaxantina (p=0,0279). Contudo tal efeito somente foi observado na primeira OPU após a suplementação, perdendo-se com o tempo. A suplementação com a maior dose de astaxantina permitiu a coleta de maior número de oócitos viáveis comparado com o grupo controle e o que recebeu a menor dose de astaxantina (p=0,0452). Finalmente, as taxas de clivagem (D3) e blastocisto (D7) não foram afetadas pela suplementação com astaxantina, assim como a taxa de desenvolvimento e eclosão. É possível concluir que, a suplementação com astaxantina em vacas holandesas em lactação por 75 dias no verão melhora a taxa de recuperação de oócitos viáveis sem afetar a produção de embriões in vitro. Assim, mais estudos associando manejo, sistema de confinamento e ambiência e suplementação com o antioxidante astaxantina são necessários para contribuir com a melhora do sucesso reprodutivo na bovinocultura leiteira nas estações mais quentes.