Paradigmas produtivos industriais e modelos de homem: conexões perceptíveis presentes na obra de Alberto Guerreiro Ramos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Bondarik, Roberto lattes
Orientador(a): Pilatti, Luiz Alberto lattes
Banca de defesa: Gebara, Ademir, Francisco, Antonio Carlos de, Pinheiro, Nilcéia Aparecida Maciel, Pilatti, Luiz Alberto
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3607
Resumo: Alberto Guerreiro Ramos idealizou os homens operacional, reativo e parentético, que tiveram uma existência paralela aos três paradigmas produtivos industriais presentes no século XX, fordismo, toyotismo e volvismo, formando uma trilogia produtiva que influenciou o desenvolvimento tecnológico e organizacional deste período histórico. O objetivo deste trabalho é estabelecer as conexões entre os modelos de homem de Alberto Guerreiro Ramos e os paradigmas produtivos industriais identificados na passagem da Sociedade da Produção para a sociedade do Conhecimento evidenciada no século XX. A pesquisa desenvolvida foi exploratória e qualitativa, o método utilizado foi o de história de vida. A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturadas, os sujeitos da amostra selecionados entre funcionários de uma empresa do setor de alimentos, detentora de alto nível tecnológico, certificados internacionais de qualidade, sendo líder em seu setor de atuação. A técnica de análise de conteúdo foi utilizada para o entendimento dos dados coletados, sendo que se fez necessário a decomposição das informações em categorias distintas, mas conectas. Os modelos de homem guerreirianos e sua vinculação aos paradigmas produtivos podem assim ser considerados: o homem operacional, passivo diante do ambiente produtivo, programável e movido apenas pelas recompensas materiais, vincula-se de forma mais evidente ao paradigma Ford de produção, cujo funcionamento estático pode ser comparado a uma máquina; o homem reativo que não vincula ainda a sua existência pessoal a organizacional, é dotado de uma racionalidade mais desenvolvida e possui uma flexibilidade mais aprimorada no ambiente produtivo, conecta-se ao paradigma Toyota de produção, que pode ser comparado a um organismo vivo; o homem parentético, mais sofisticado e racional é capaz de analisar a realidade que o cerca, com isenção, como se dela não fizesse parte, sendo a sua conexão mais evidente o paradigma Volvo de produção, cuja imagem é vinculada a um cérebro, e que exige um ser humano crítico e responsável, por ter sido planejado pensando-se na ação do homem na planta de Uddevalla na Suécia. O homem parentético detém características dos modelos anteriores, que, como eles possuíam as raízes formativas deste, sua capacidade crítica-analítica é bastante desenvolvida em relação a sua existência e aos fatores que lhe são relacionados. A empresa estudada passou de um paradigma fordiano, em que os seus funcionários eram com peças de uma máquina, para o paradigma toyotista, onde a qualidade produtiva, organizacional e laboral passou a ser considerada. Matizes identificadas na organização permitiram a vinculação de práticas ao paradigma volvista: espírito de trabalho em equipe e a consciência de sua necessidade; elevado grau de tecnologia aplicado à produção; preocupação organizacional com a qualidade de vida pessoal e operacional dos colaboradores; entusiasmo com o ambiente de trabalho considerado prazeroso. Concluiu-se que os modelos de homem e os paradigmas produtivos possuem conexões identificáveis no ambiente produtivo contemporaneamente, permitindo um melhor entendimento do ambiente organizacional.