Imagens e sentidos da reificação em Os Corumbas e Gaibéus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vicentin, Cleiton Rocha lattes
Orientador(a): Menon, Maurício Cesar lattes
Banca de defesa: Lima, Marcos Hidemi de lattes, Menon, Maurício Cesar lattes, Gonçalves, Rosana lattes, Oliveira, Vanderléia da Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/28919
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar, nos romances Os Corumbas (1933), do sergipano Amando Fontes, e Gaibéus (1939), do escritor português Alves Redol, a presença de imagens e sentidos que estabelecem relações dialógicas com o fenômeno da reificação. Chama a atenção, em ambas as obras, a criação de aspectos que dão conta de representar situações de coisificação humana, nas quais os personagens se encontram sujeitados a desempenhar ações independentes do seu controle e alheias à sua vontade. Como objetivos específicos deste trabalho elegeu-se: a) investigar o contexto sociocultural do Brasil e de Portugal na década de 1930, procurando mostrar o cenário político e social no qual os escritores da década estiveram ambientados; b) verificar o impacto do romance de 1930, brasileiro, sobre o fazer literário neorrealista português; c) explorar os fundamentos teóricos do fenômeno da reificação, partindo do conceito de fetichismo marxiano e a posterior reelaboração deste pelo sociólogo e crítico literário Georg Lukács, sob o termo reificação; d) ilustrar como a arte dos séculos XX e XXI, por meio de suas diversas linguagens, fez desse fenômeno um elemento constituinte de suas obras; e) por meio de análise comparativa, analisar de que forma Os Corumbas (1933), de Amando Fontes e Gaibéus (1939), de Alves Redol, apresentam em sua constituição elementos textuais criadores de imagens e sentidos de reificação. Como resultado, evidencia-se a capacidade de a arte literária construir esteticamente narrativas de forte impacto, atendendo ao viés temático sociopolítico, muito caro à maioria dos escritores da época em que se inserem as obras. Escritos na polarizada década de 1930, os romances analisados fazem dos problemas na estrutura social, os quais desfavorecem e coisificam o “outro”, para citar a expressão de Luis Bueno, elementos constitutivos das próprias obras artísticas. Utilizando-se metodologicamente da pesquisa bibliográfica, o presente estudo toma como apoio teórico os estudos de Luís Bueno (2015), Maria Luiza Ritzel Remédios (1986), Carlos Reis (1981), Alexandre Pinheiro Torres (1977), Antônio José Saraiva e Lopes (s.d), Eric Hobsbawm (1995), Karl Marx (1818-1883) Georg Lukács (1885-1970), dentre outros autores que, ao longo do texto, fizeram-se pertinentes.