Ocorrência de marcadores de reformulação em textos produzidos por alunos de graduação: uma interface descritivo-argumentativa
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4978 |
Resumo: | Este trabalho teve sua gênese marcada pela intenção de se verificar como, por meio de determinados elementos linguísticos, o aluno reformula partes de seu texto com o intuito de retificá-lo, dar maior precisão a ele ou, até mesmo, aumentar a força argumentativa de sua escrita. Nesse contexto, o trabalho voltou-se para a incidência dos marcadores de reformulação em textos produzidos por alunos recém-ingressos no primeiro período do curso de Letras da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O estudo encontrou respaldo nas pesquisas de Arbusti e Romanini (2018) acerca do uso de tais elementos em textos de alunos que ingressam em uma universidade. Segundo as estudiosas, os marcadores de reformulação infiltram a possibilidade de o aluno modificar sua primeira tentativa de escrita já que a reconfiguração de seu texto estabelece uma diferença entre a primeira e a segunda escrita. Assim, optou-se por analisar o uso de marcadores de reformulação como ou seja, em outras palavras, isto significa que, isto é, quer dizer, dito de outra forma, entre outros. No decorrer da pesquisa, surgiu a necessidade de se observar se os referidos marcadores eram empregados como forma de estratégia usada pelos alunos com o objetivo de reformularem seus textos em razão da percepção de alguma falha na primeira escrita ou, ainda, em razão de uma necessidade maior de explicar ou aprimorar o texto para aquele que o lê, ou, talvez, de convencer seu interlocutor a respeito do conteúdo de sua escrita. De acordo com as pesquisadoras argentinas Arbusti e Romanini (2018), o uso de marcadores de reformulação por alunos recém-ingressos no ensino superior não advém de uma estratégia mas de uma circunstancialidade. Para elas, os alunos recorrem ao marcador de forma eventual. A percepção das pesquisadoras parte do princípio de que para, efetivamente, haver uma reformulação, o segmento reformulado por meio do marcador tem de estar não só pertinente com a teoria como também com o segmento que o originou, sem o que não há, para elas, a efetividade da reformulação. No trabalho ora proposto, prima-se por acreditar que o escrevente faz uso de uma estratégia ao recorrer ao marcador de reformulação, pois, ao julgar que seu texto necessita de algo a mais (uma explicação, retificação, reforço argumentativo ou, ainda, maior precisão), ele busca os recursos que a língua oferece, nesse caso, o marcador de reformulação, a fim de sanar possíveis deslizes e conduzir seu texto àquilo que, na sua percepção, oferece maior concretude à escrita. Por conseguinte, ao recorrer a tais elementos linguísticos como uma estratégia para explicar, retificar, dar maior precisão ou, ainda, reforçar o teor argumentativo de sua escrita, o aluno estará mobilizando os conhecimentos epi e metalinguísticos internalizados, independentemente do grau de conhecimento teórico que ele tenha. Assim, o cenário em que a investigação desse corpus de pesquisa originou-se, além de fortificar-se e de se materializar com o uso de marcadores de reformulação como estratégia para a reformulação de um dado texto, alicerçou-se na concepção de linguagem como tecnologia cognitiva, desenvolvida por Dascal (2002) bem como na categorização do uso dos referidos marcadores como recurso e/ou ferramenta cognitivos de acordo com os padrões que a própria língua fornece a seus usuários, nos conceitos a respeito de técnica, tecnologia e suas relações com a linguagem nas acepções de Vieira Pinto (2013) e Cupani (2016; 2018) assim como nos estudos de Koch (1996), Wachowicz (2010) e Arbusti e Romanini (2018) acerca dos marcadores de reformulação, a fim de correlacioná-los a uma base descritivo-argumentativa e aos conhecimentos epilinguístico e metalinguístico, inerentes ao falante ou ao escrevente. Desta feita, acredita-se que a intenção de se dizer algo e, ao se dizer, perceber que o que foi dito não está claro remete o autor do texto ao uso de marcadores de reformulação para explicar, dar maior precisão ou, até mesmo, reforçar a argumentação contida em sua escrita. |