Obtenção e caracterização de farinha de casca de jabuticaba (Plinia cauliflora) para adição em biscoito tipo cookie

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Marquetti, Carline
Orientador(a): Lucchetta, Luciano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/830
Resumo: A jabuticaba é fruto tropical com propriedades nutricionais importantes, sendo excelente fonte de carboidratos, fibras, compostos fenólicos e minerais como ferro, cálcio e fósforo. Esse fruto e suas frações podem ter extensa aplicabilidade tanto para a indústria, como para a comercialização e consumo in natura. Pesquisas apontam que a maior fração de espécies biologicamente ativas da jabuticaba encontra-se na casca, podendo viabilizar seu uso para elaboração de um produto como alternativa de aproveitamento da mesma, possibilitando a produção de alimentos com propriedades funcionais. Tal iniciativa permite avançar com estudos direcionados aos compostos bioativos presentes tanto na fruta como nos produtos derivados, bem como avaliar a influência do processamento nestes compostos. Com base no exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar os compostos bioativos da casca de jabuticaba (Plinia cauliflora) e dos remanescentes na farinha da casca de jabuticaba para posterior aplicação em biscoito tipo cookie. A variação entre os teores destes compostos presentes na casca e na farinha da casca de jabuticaba também foram avaliados. O estudo foi realizado por meio de análises físico-químicas dos extratos hidroalcoólicos da casca e farinha deste, sendo elas, umidade, proteína, lipídeos, cinzas, fibras, carboidratos, valor calórico, acidez total titulável, pH, compostos bioativos (fenóis, flavonóides, antocianinas, taninos condensados) e atividade antioxidante por três métodos distintos (DPPH expresso em TEAC, DPPH expresso em EC50 e FRAP). A casca demonstrou ser rica em compostos fenólicos, dentre eles, antocianinas, flavonóides e taninos condensados, reforçando que a composição apresentou teores consideráveis de atividade antioxidante, tanto no sequestro como na interação com radicais livres. Também apresentou altos teores de umidade e conteúdos consideráveis de fibras e carboidratos. A farinha da casca de jabuticaba apresentou umidade condizente com a legislação e teores consideráveis de carboidratos, compostos fenólicos em geral e atividade antioxidante, além de ser fonte de fibras. Também se observou na mesma a concentração dos compostos analisados devido à desidratação das cascas e outros fatores. A partir da farinha foram elaborados biscoitos tipo cookie com substituições de 0,0, 2,5, 5,0 e 7,5% de farinha de trigo integral por farinha da casca de jabuticaba e os mesmos avaliados físico-quimicamente através das mesmas variáveis utilizadas na casca e farinha. Posteriormente foram avaliados microbiologicamente antes de serem encaminhados à análise sensorial, já aprovada pelo Comitê de Ética, onde foram realizados testes de aceitação e intenção de compra. Os cookies obtiverem teores de umidade condizentes com a legislação, além de revelarem-se fonte de proteínas e fibras. Todas as formulações apresentaram redução na concentração dos compostos bioativos devido ao processo de cocção, porém também houve manutenção de teores desejáveis de compostos fenólicos e atividade antioxidante. Os resultados sensoriais permitem concluir que todas as amostras foram aceitas, comparadas ao padrão. A formulação com 7,5% de farinha da casca de jabuticaba foi considerada ideal para adicionar em biscoitos tipo cookie, pois resultou em maiores teores de compostos fenólicos e também em maiores níveis de ação antioxidante, resultando em produto com conteúdo de propriedades biologicamente ativas elevado, sem interferir na qualidade sensorial e nos padrões de identidade do mesmo.