A formação inicial e continuada de trabalhadores das micro e pequenas indústrias de setores tradicionais de Curitiba : das gravatas que projetam e dos macacões que ensinam

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Keller, Roberto Ranna lattes
Orientador(a): Garcia, Nilson Marcos Dias lattes
Banca de defesa: Ferretti, Celso João, Amorim, Mário Lopes, Moraes, Carmen Sylvia Vidigal, Motim, Benilde Maria Lenzi
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2519
Resumo: Resultado de reflexões sobre a importância socioeconômica das pequenas indústrias para o Brasil, a formulação da presente tese está centrada na investigação da formação profissional em níveis iniciais para setores industriais de Curitiba. Para tanto, buscou-se saber qual a contribuição do governo, das escolas profissionais, e das pequenas indústrias curitibanas para a qualificação profissional desses trabalhadores. Apoiando-se nos estudos de Florestan Fernandes e Caio Prado Junior a respeito dos modelos econômicos e de Celso Furtado sobre a importância da cadeia industrial para o desenvolvimento, estabelecem-se hipóteses sobre os processos de profissionalização dos trabalhadores dessas indústrias, marcadas pela precarização, conforme indica Ricardo Antunes. Na mesma linha, Frigotto, Ciavatta, Ramos, Moraes, Ferretti e Kuenzer, dentre outros, também apontam o quanto a precarização da educação profissional repercute negativamente na vida da classe trabalhadora do Brasil. A partir dos indicativos da legislação relativa à educação profissional, das propostas de cursos de qualificação e das indicações do Código Brasileiro de Ocupações (CBO), foram estabelecidos parâmetros do que, institucionalmente, se prevê como necessário para a profissionalização básica de trabalhadores. Informações estas que referenciaram a pesquisa de campo, realizada junto a seis pequenas indústrias de tradicionais segmentos produtivos curitibanos, compreendendo o setor de alimentos, gráfico, moveleiro e do vestuário, que se destacam tanto pelo número de unidades fabris, quanto pela intensiva oferta de empregos nessa cidade. De caráter qualitativo, além da visita e observação do local dos ambientes de trabalho das indústrias participantes, foram realizadas entrevistas com alguns de seus trabalhadores – visando contextualizar os seus percursos de vida, suas rotinas diárias na fábrica, a forma como se profissionalizaram, as dificuldades decorrentes desse processo, seus cotidianos fora do trabalho, suas frustrações e expectativas quanto aos seus futuros – e empresários – visando contextualizar a forma de surgimento desses empreendimentos, seus percursos, oportunidades e dificuldades frente ao cenário econômico, seus cotidianos, os processos de contratação, avaliação, e, também, os de qualificação dos seus profissionais. Constatou-se que a qualificação dos trabalhadores ocorre quase que exclusivamente no interior e no dia a dia dessas pequenas indústrias e que, em função da ausência do aprendizado acadêmico e dessa profissionalização mais precária, os trabalhadores têm comprometidos seus crescimentos profissionais, a qualidade de suas vidas e as expectativas quanto aos seus futuros, e as empresas, por outro lado, a sua viabilidade concorrencial em função da dificuldade de incorporação de tecnologias que exigem um conhecimento mais amplo e profundo para a sua utilização. Por fim, por não atenderem às expectativas dos trabalhadores e dos empresários, foi observado não haver eficácia nas ofertas dos cursos de formação profissional inicial existentes, sendo necessária uma análise dos mesmos no sentido de promoverem, a partir do conhecimento que poderiam ofertar, melhores desempenhos fabris e melhores condições sociais aos próprios trabalhadores.