Seleção e caracterização molecular de leveduras não-convencionais quanto ao consumo de alfa-terpineol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Mariely Cristine dos lattes
Orientador(a): Bittencourt, Juliana Vitoria Messias lattes
Banca de defesa: Sydney, Alessandra Cristine Novak lattes, Hashimoto, Elisabete Hiromi lattes, Bittencourt, Juliana Vitoria Messias lattes, Vicente, Vania Aparecida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/23804
Resumo: Muitos micro-organismos são estudados em virtude da melhoria nas características organolépticas e tecnológicas que são capazes de conferir a uma grande variedade de alimentos e bebidas. As leveduras não-convencionais destacam-se por sua habilidade de utilização de diferentes rotas metabólicas, o que favorece a produção de biomoléculas que podem ser interessantes do ponto de vista biotecnológico. Desta maneira, a atual pesquisa teve como objetivo avaliar a capacidade de consumo de um composto terpênico, o α-terpineol, por leveduras não-convencionais depositadas no centro de coleções CMRP. Para isso, 23 leveduras não-convencionais e produtoras de aroma frutais foram selecionadas dentre as leveduras depositadas em uma das coleções integrantes do centro de coleções CMRP. Realizou-se a identificação molecular de cada uma delas. As linhagens, então, foram testadas quanto à sua tolerância ao α-terpineol, sendo cultivadas em caldo YM, em pH 5,0, por 48 h com adição de concentrações de 2,5 μL/mL, 5,0 μL/mL, 7,5 μL/mL e 10,0 μL/mL da mistura de α-terpineol e álcool etílico. As leveduras que apresentaram tolerância a alguma dessas concentrações foram cultivadas novamente, mas em meio mineral DP líquido, para avaliação de seu consumo de α-terpineol. O tempo de cultivo total foi de 48 h, e amostras foram coletadas a cada 12 horas de cultivo, inclusive no tempo inicial.Extraíram-se as amostras coletadas com diclorometano e os extratos foram analisados por cromatografia em camada delgada, utilizando tolueno:acetato de etila (93:7) como fase móvel e p-anisaldeído ácido sulfúrico como revelador. As características das manchas foram observadas e os valores de Rf foram calculados. Com a identificação molecular, revelou-se que 12 leveduras pertenciam a espécie Clavispora lusitaniae, 8 eram Rhodotorula mucilaginosa e 3 eram Lodderomyces elongisporus. Segundo a árvore filogenética, duas dessas linhagens (C. lusitaniae e L. elongisporus) apresentam maior proximidade genética entre si em relação à levedura R. mucilaginosa. Do total de 23 leveduras, 6 delas se mostraram tolerantes à concentração de 2,5 μL/mL de α-terpineol, sendo uma destas tolerante também à concentração de 10,0 μL/mL mas somente durante 12 horas. As linhagens tolerantes foram identificadas como C. lusitaniae (n=1), L. elongisporus (n=2) e R. mucilaginosa (n=3). A levedura que aguentou a maior concentração, R. mucilaginosa, no entanto, resistiu apenas 12 h em todas as concentrações. Suspeita-se que seu mecanismo de defesa tenha sucumbido ao composto, que tenha havido degradação enzimática ou a produção de compostos tóxicos pela mesma linhagem ao consumir o α-terpineol. Durante a primeira análise de CCD, as amostras CMIB 46 (R. mucilaginosa) e CMIB 33 (L. elongisporus) apresentaram resultados potencialmente promissores, portanto, repetiu-se o processo de cultivo, coleta e análise para estas amostras. Com a segunda análise por CCD obtiveram-se resultados inconclusivos para o consumo de αterpineol pelas duas linhagens, principalmente pela baixa concentração das amostras, sugerindo-se futuramente o uso de técnicas auxiliares, como cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas para detecção destes compostos com maior sensibilidade.