Midiativismo e estética como resistência: uma análise sobre o design ativista.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Assis, Fernanda Regina Rios lattes
Orientador(a): Lima, Marcelo Fernando de lattes
Banca de defesa: Lima, Marcelo Fernando de lattes, Souza, Maurini de lattes, Barros, Patricia Marcondes de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27857
Resumo: A história recente das manifestações e protestos realizados no Brasil demonstra que, entre os acontecimentos de junho de 2013 e as manifestações realizadas durante a pandemia de COVID-19, o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) reconfigurou a forma como o midiativismo se realiza. No tempo presente, a articulação cidadã e o espírito participativo, voltados à promoção de mudanças na realidade e em prol do bem coletivo, ocorrem sob diferentes contextos, mas movidos por novas lógicas de participação, uso e apropriação de informações e discursos, mobilizando milhares de pessoas a protestar e manifestar suas ideias nas ruas e nas redes sociais. A partir dos dispositivos tecnológicos e das plataformas digitais, principalmente com o uso dos smartphones, ativistas, militantes e outros cidadãos registram e compartilham imagens sobre os eventos, seja por transmissões ao vivo, publicações, compartilhamentos de conteúdos em redes como Twitter, Facebook e Instagram, e aplicativos como o WhatsApp. Neste cenário de constantes mudanças tecnológicas e sociopolíticas, o design ativismo se apresenta como elemento para a prática da resistência e a construção de narrativas contra-hegemônicas. No cenário de mudanças do país, entre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e as Eleições de 2018, foi criado o Design Ativista, uma iniciativa independente que utiliza o Instagram como um de seus principais canais de contato e divulgação, bem como estande para registro da conjuntura nacional através das criações de seus colaboradores. Considerando a internet como um espaço em que há efemeridade e as narrativas visuais e de memória se efetuam por estruturas rizomáticas, encaramos a linguagem visual e as imagens como potenciais vetores para a experiência estética. Nesse sentido, a presente pesquisa objetiva compreender os usos de recursos tecnológicos para uma estética como resistência, observando as temáticas utilizadas pelo perfil do @designativista através das imagens e mensagens publicadas feed do Instagram, buscando compreender as linguagens e elementos visuais explorados pela iniciativa. A análise dá destaque para três momentos: o período eleitoral de 2018; a pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19) e o início da vacinação (2020-2021); e a retomada das manifestações de rua pela oposição ao governo, em 2021. Para isso, a hipótese central do estudo parte do conceito da estrutura de plausibilidade, definido por Peter Berger (1985), pois, os momentos de crise analisados no estudo alteraram o cotidiano e a realidade comum, e abalaram a legitimação dos mundos construídos. Assim, a partir de um referencial interdisciplinar, verifica-se o potencial do midiativismo para que os indivíduos se apropriem dos conteúdos produzidos e disponibilizados em rede, e também os produzam, como mais uma forma de expressar aquilo em que acreditam.