Potencial antimicrobiano de extratos de café na inibição de bactérias gram-positivas e gram-negativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Canci, Luiza Andréa lattes
Orientador(a): Colla, Eliane lattes
Banca de defesa: Colla, Eliane lattes, Ferreira, Flavio Dias lattes, Gratonmikcha, Jane Martha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Medianeira
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5258
Resumo: Ingredientes a base de extratos de plantas como o café tem as características de serem naturais, seguros, saudáveis e possuírem atividade antioxidante, devido a presença decompostos bioativos, como os ácidos clorogênicos, cafeína e as melanoidinas, os quais também podem apresentar atividade antibacteriana. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antibacteriano dos extratos de café arábica (Coffea arábica) torrado (AT), café canéfora (Coffea canéfora)torrado (CT) e café canéfora (Coffea canéfora) verde (CV)frente a Salmonella Typhimurium,Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Lactobacillus plantarum e Lactobacillus rhamnosus. Inicialmente foi realizada a quantificação de melanoidinas, cafeína e ácidos clorogênicos nos extratos de café citados. Para a triagem inicial do efeito inibitório e dos microrganismos sensíveis aos extratos de café, foi avaliada a sensibilidade bacteriana, por meio da impregnação de discos estéreis com extratos nas concentrações de0,5;1,5;2,0;2,5;e 5,0% (m/v), os quais foram depositados em meios sólidos específicos inoculados com os microrganismos alvo e avaliados no tempo zero e vinte dias de armazenamento sob refrigeração. Como controle positivo foram utilizados discos contendo antibióticos de uso comercial (Amoxacilina ácido clavulânico, Trimetoprim (5 μg) e Ampicilina (10 μg)). Salmonella Typhimurium, Escherichia coli eStaphylococcus aureus mostraram-se sensíveis aos extratos de café; logo, foram selecionadas três concentrações (0,5%, 2,5% e 5,0%) para o acompanhamento do crescimento celular em meio líquido, pela leitura da densidade ótica a600 nm, em intervalos pré-definidos de 1h. Os dados obtidos foram ajustados ao modelo matemático de Gompertz modificado (MGM),obtendo-se os parâmetros de crescimento duração da fase lag velocidade específica máxima de crescimento (μ) e população máxima atingida(A).Dentre os extratos de café, o CT a 5,0% apresentou a melhor atuação na atividade antibacteriana para Salmonella Typhimurium, com redução de 1,3 cicloslog, inibição da Escherichia coli (1.4 ciclos log) e Staphylococcus aureus (1.5 ciclos log). Este extrato apresentou o maior teor de melanoidinas comparado aos extratos de café AT e CV, indicando que a atividade inibitória pode estar associada a presença destes compostos nos extratos avaliados. Desta forma, o extrato de café CT a 5,0% foi utilizado para avaliação do desempenho em matriz alimentar (leite em pó desnatado reconstituído) inoculada com 0,1%(v/v) (contagem inicial105UFC mL-¹)de Salmonella Typhimurium, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Lactobacillus rhamnosus e Lactobacillus plantarum, sendo uma amostra incubada a 5 °Ce outra a 35°C, para cada microrganismo. O crescimento microbiano foi acompanhado a cada 12 h, por inoculação em meios sólidos diferenciais para cada microrganismo, no intervalo de zero a 72 h. Os resultados foram ajustados ao modelo de Gompertz modificado (MGM), obtendo-se os parâmetros de μ e A. Foi possível observar o efeito antimicrobiano do extrato de café CT sem interferência da matriz alimentar, com a redução da população máxima (A) para Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Para Salmonella e Escherichia coli, houve uma diminuição na velocidade específica máxima de crescimento (μ) na faixa de temperatura de 5°C, e uma redução de 1,12 e 1,58 ciclo logna população máxima atingida, respectivamente. No entanto, a 35°Ca redução da população foi inferior(0,29 e 0,62 cicloslog)quando comparada aos controles. Para o Staphylococcus aureus, nas temperaturas de 5°C e 35°C, observou-se a redução da população máxima de 1,72 e 2,83 cicloslog, respectivamente, valores estes justificados pela diminuição na velocidade específica máxima de crescimento. Para o Lactobacillus rhamnosus e Lactobacillus plantarum não houve inibição do crescimento na matriz alimentar com o extrato de café CT a 5,0%, nas temperaturas aplicadas. Conclui-se que a concentração de 5,0% de café canéfora torrado (CT) demostrou êxito na inibição dos patógenos Salmonella Typhimurium, Escherichia coli e Staphylococcus aureus quando cultivados em meio líquido e também quando inoculados em leite em pó reconstituído, demostrando a capacidade de inibição da atividade biológica. No entanto, este extrato de café (CT a 5,0%), não demostrou atividade inibitória frente ao Lactobacillus rhamnosus e Lactobacillus plantarum tanto nos testes iniciais de sensibilidade em ágar quanto na matriz leite em pó, demonstrando ser aplicável em matrizes contendo estes probióticos, sem causar a inibição dos mesmos.