Consórcio milho-plantas de cobertura e viabilidade técnica da soja safrinha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Salomão, Everton Carlos lattes
Orientador(a): Adami, Paulo Fernando lattes
Banca de defesa: Adami, Paulo Fernando, Sartor, Laercio Ricardo, Piva, Jonatas Thiago
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Dois Vizinhos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2676
Resumo: Um dos maiores desafios para os sistemas produtivos atuais é manter ou aumentar a produtividade por área com a menor adição de insumos, sendo o consórcio entre espécies ditas ‘‘commodities’’, como soja e milho, com espécies forrageiras e/ou cobertura, uma alternativa. Porém, sistemas integrados de produção apresentam uma maior complexidade em função das interações que ocorrem entre os componentes. Neste contexto, o presente trabalho busca avaliar o cultivo de milho consorciado com outras espécies, em safra e safrinha, para entender como estes sistemas podem se adequar dentro do sistema de integração lavoura-pecuária. Sabendo também que a soja tem papel fundamental na rotação de culturas e é uma excelente fonte de renda para os produtores rurais, buscou-se estudar sistemas de cultivo em que se torne possível o cultivo de soja dentro do zoneamento agrícola estabelecido para a cultura no sudoeste do estado do Paraná. O trabalho é dividido em três estudos: Estudo I: Rendimento de forragem e produtividade de milho safra em cultivo consorciado com espécies forrageiras; Estudo II: Desenvolvimento e produtividade de milho safrinha cultivado em consórcio com espécies de cobertura, e potencial de acúmulo de biomassa destas espécies; Estudo III: Potencial produtivo de silagem e grãos, de híbridos de milho com diferentes ciclos, e produtividade de soja safrinha sob estas áreas. Ambos estudos foram conduzidos na Universidade Tecnológica Federal do Paraná – câmpus de Dois Vizinhos, durante a safra agrícola 2015/2016 e safrinha 2016. A condução dos Estudos I (safra) e II (safrinha) foi realizado com utilização do híbrido de milho 30F53YH, com 45 cm de espaçamento entre linhas, e cultivo de Crotalária spectabilis, Cajanus cajan, Urochloa brizantha e Urochloa ruziziensis em consórcio. Nestes estudos, foi avaliado o potencial produtivo de massa verde e seca das espécies cultivadas, e o potencial produtivo da cultura do milho. Para o período safra, foi avaliado também a qualidade bromatologica da silagem oriunda destes sistemas de produção e após a retirada do milho para silagem, foi cultivado sorgo (Sorghum bicolor) para comparação de rendimento de biomassa em safrinha, em relação ao sistema de cultivo em consorciado com Urochloa brizantha e Urochloa ruziziensis remanescente do período safra. No Estudo III, foi avaliado os híbridos 30F53YH e P1680YH com ciclo precoce e superprecoce respectivamente, e após a colheita destes materiais para silagem e grão, cultivou-se soja em safrinha, avaliando os componentes de rendimento. Observou-se que o cultivo de milho, no período safra (Estudo I), o consórcio com Urochloa brizantha, Urochloa ruziziensis, Crotalária spectabilis e Cajanus cajan não afetaram o desenvolvimento inicial das plantas de milho, resultando em plantas com características morfológicas componentes de rendimento e produtividade semelhantes ao cultivo de milho solteiro, sendo observado produtividade média de 10.756 kg ha-1. Também no Estudo I, observou-se que o acúmulo de biomassa para silagem, da cultura do milho, é superior no cultivo solteiro (67.290 kg ha-1) em relação aos tratamentos de consórcio analisados. Já entre as espécies cultivadas em consórcio, a utilização de Urochloa ruziziensis resulta em maior acúmulo de biomassa seca, com produção de 1.084 kg ha-1. A silagem oriunda do cultivo de milho solteiro e dos tratamentos de consórcio, apresenta qualidade bromatológica semelhantes entre os tratamentos, exceto para os valores de fibra em detergente neutro, os quais são diferentes para a silagem de milho solteiro (33,82) e milho consorciado com Urochloa ruziziensis (37,10). O cultivo de sorgo (Sorghum bicolor) em safrinha, sob áreas de silagem de milho em safra, resulta em maior acúmulo total de biomassa sob uma mesma área (47.834 kg ha-1 de massa seca), diferindo em relação a Urochloa brizantha e Urochloa ruziziensis, que acumularam respectivamente 29.917 e 32.089 kg ha-1 de massa seca no total sob uma mesma área. Em safrinha, a maior produção de biomassa seca entre as espécies consorciadas, é observada para o tratamento utilizando Urochloa ruziziensis (1.546 kg ha-1). Já as características morfológicas das plantas de milho e os componentes de rendimento, apresentam diferenças para o cultivo em consórcio e o milho solteiro, em safrinha. A produtividade do milho em safrinha, foi reduzida quando este é cultivado em consórcio com Urochloa ruziziensis, com produção total de 7.662 kg ha-1. O híbrido de milho 30F53YH com ciclo precoce, apresenta maior produção de massa verde (67.290 kg ha-1) e seca (19.481 kg ha-1) para silagem, e também produtividade de grãos (11.195 kg ha-1), em relação ao híbrido P1680YH com ciclo superprecoce. Como os híbridos eram para silagem e grão, e apresentavam ciclos diferentes, resultaram em quatro épocas de semeadura de soja, sendo: 17/12/2015 para soja sobre milho P1680YH silagem, 04/01/2016 para soja sobre milho 30F53YH, 17/01/2016 para soja sobre milho grão P1680YH e 29/01/2016 para soja sobre milho grão 30F53YH. Observou-se que o cultivo de milho, com ciclo superprecoce para silagem, proporciona ao produtor do Sudoeste do Paraná, o cultivo de soja em safrinha, dentro do zoneamento estabelecido para a cultura. A produtividade da soja em safrinha, reduz à medida que é retardado a semeadura, sendo observado produtividade de 3.490 kg ha-1 para semeadura em 17/12/2015 e 2.681 kg ha-1 para semeadura em 29/01/2016. Todos os sistemas avaliados podem apresentar vantagens para os sistemas de produção, sendo alternativas viáveis ao produtor, dependendo da espécie utilizada, época de semeadura e sistema de produção realizado na propriedade, sendo possível integrar a produção de grãos com a pecuária, ou ainda fornecendo um aporte de biomassa para proteção e conservação do solo.