As duas faces de uma vilã: desconstrução e diálogos entre as malévolas do cinema e da literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rossoni, Camila Amanda lattes
Orientador(a): Stankiewicz, Mariese Ribas lattes
Banca de defesa: Stankiewicz, Mariese Ribas lattes, Bolfarine, Mariana lattes, Cabreira, Regina Helena Urias lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/29546
Resumo: Inúmeras temáticas a respeito da representação da mulher têm sido desconstruídas nas últimas décadas, e algumas delas encontram-se nos contos de fadas, as vilãs. O protagonismo das mulheres em histórias infantojuvenis é evidente, seja como princesas ou como bruxas. Entretanto, estas últimas raramente tinham a oportunidade de contar ou mostrar suas próprias histórias, até o lançamento de Malévola, da roteirista da Disney, Linda Woolverton, em 2014. Malévola mostra o ponto de vista de um tipo de personagem recorrente em histórias infantojuvenis, mas que, até então, havia sido extremamente cerceada e banida das relações sociais em inúmeras sociedades, desde os tempos mais antigos até, mesmo, a nossa contemporaneidade. Contudo, atividades desconstrucionistas têm revelado a bruxa mais famosa de todos os tempos, Malévola, como uma protagonista capaz de desenvolver a sua voz e de ser o sujeito de sua própria história. Em vista disso, este trabalho de dissertação de mestrado apresenta um estudo do processo de apropriação da animação dos Disney Studios, A Bela Adormecida (1959), para a elaboração de Malévola (2014), por Woolverton. Verificamos que ao longo desse processo, a roteirista desconstrói a personagem da bruxa, fazendo com que duas características discordantes, a da vilã e a da heroína, coexistam indissociáveis em um mesmo personagem. Desse modo, fez-se necessário um estudo aprofundado acerca das mulheres, com Michelle Perrot (2005) (2017); Sandra Gilbert e Susan Gubar (2020); Simone de Beauvoir (2019a) (2019b); Gerda Lerner (2019); Pierre Bourdieu (2020); e Virginia Woolf (1997) (2019), entre outros. Além disso, consideramos importantes as leituras a respeito das histórias infantojuvenis: Tzvetan Todorov (2008); David Roas (2014); Bruno Bettelheim (2020); Walter Benjamin (2009); Mariza Mendes (2000); e Nelly Novaes Coelho (2012), essencialmente. Para entendermos o processo de apropriação e adaptação, verificamos os trabalhos de Thaïs Flores Nogueira Diniz (1998) (2011), de Julie Sanders (2006) e de Linda Hutcheon (2013), entre outros autores. Por fim, foram imprescindíveis as leituras dos escritos de Jacques Derrida (2001) (2005) para as nossas análises da desconstrução em Malévola. Este trabalho trouxe questões importantes para os estudos das mulheres ao longo da história e sobre a importância da desconstrução dos discursos patriarcais, para uma progressiva igualdade de direitos entre os gêneros.