A gente só olha o presente... nunca se olha o passado: as comunidades quilombolas pelo discurso do outro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Kaspreski, Renata dos Santos lattes
Orientador(a): Santos, Márcia Andréa dos lattes
Banca de defesa: Magalhães, Amarildo Pinheiro lattes, Santos, Márcia Andréa dos lattes, Muniz, Maria Ieda Almeida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5019
Resumo: Trata-se de um estudo qualitativo, que tem como principal objetivo investigar os discursos presentes na cidade de Palmas-PR, sobre as comunidades de remanescentes quilombolas(situadas no referido município)e seus direitos. Tal investigação leva em conta os objetivos específicos desta pesquisa,que consistem em perceber de que maneira essas representações se moldam em um conjunto de formações discursivas; compreender o que esse conjunto de enunciados carrega de história, preconceito, estigma, ideologias e relações de poder; verificar se as estruturas discursivas se relacionam com o real das comunidades de remanescentes quilombolas;fazer um levantamento bibliográfico sobre a trajetória das comunidades palmenses e sobre como o ordenamento jurídico brasileiro trata da questão quilombola. O corpus de análise foi gerado por meio de entrevista semi estruturada (TRIVIÑOS, 2009), para que os entrevistados pudessem se expressar livremente. Foram convidados como sujeitos de pesquisa pessoas da comunidade palmense, sem distinção de gênero ou idade. Foram interceptados transeuntes em alguns locais do município, como na região central e bairros próximos ao centro da cidade, estabelecimentos comerciais e em uma instituição pública de ensino superior.Os dados foram analisados por meio do arcabouço teórico da Análise do Discurso e dos Estudos culturais. Como resultados desta pesquisa constatou-se que os discursos dos participantes estavam pautados em formações discursivas que contribuem para apagar, silenciar ou negar a história quilombola. Os dados também habilitam afirmar que os direitos quilombolas, de maneira geral, não são anuídos pela comunidade palmense em virtude de estarem inscritos, principalmente, em uma ideologia que defende o capital e a produtividade como prioridade.Além da oportunidade de evidenciar a história de um grupo historicamente oprimido e basilar na construção do país, estre trabalho de pesquisa contribui para refletir sobre a forma como estes discursos afetam as comunidades, propagam ideologias e preconceitos, cerceiam oportunidades e dificultam a luta quilombola pelos seus direitos.