Anarquismo individualista e filosofias da natureza: análise da revista espanhola Estudios (1928-1937)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25450 |
Resumo: | Neste trabalho, assumo a premissa teórico-metodológica que interpreta ciência e tecnologia como práticas situadas histórica e socialmente, reconhecendo que não há separação entre ciência e política, visto que uma dimensão alimenta a outra. Compreendo, portanto, que visões de mundo diferenciadas constituirão concepções também diferentes de ciência e tecnologia. Destarte, a partir da tipologia estabelecida por Michael Löwy e Robert Sayre acerca dos romantismos, considero que nas críticas que investiram contra a sociedade capitalista e nas propostas práticas que fizeram na intenção de edificar outros modos de viver, os/as anarquistas contribuintes da revista espanhola Estudios (1928-1937) aproximam-se do pensamento romântico. Este trabalho teve como objetivo, a partir de artigos selecionados da revista, identificar afinidades – entre o anarquismo individualista em construção pela revista e a visão de mundo romântica – que convergem para a constituição de filosofias da natureza baseadas no romantismo libertário. Os/as contribuintes da revista apontaram para uma concepção de natureza em constante transformação e busca de equilíbrio. Essa concepção estaria aliada às ideias de evolução e revolução presentes nas discussões da revista, em que o apoio mútuo e a liberdade seriam considerados fatores de evolução e emancipação da humanidade. A partir dessas reflexões, os/as anarquistas apontaram para práticas que correspondessem aos movimentos naturais e ao ideal de sociedade libertária, passando pelas questões do neomalthusianismo e eugenia, amor livre e sexualidade, educação, divulgação científica e tecnológica, naturismo e vegetarianismo, economia, anacionalismo, antimilitarismo e artes. A revista também se importou com a constituição de corpos e subjetividades libertárias. Através da imprensa, os/as trabalhadores/as não apenas divulgaram o conhecimento científico – de acordo com seus pressupostos políticos – mas também possibilitaram a reflexão e a construção de novos conhecimentos. Ao compreenderem que a dominação da natureza tem relação com a dominação entre os humanos, os/as anarquistas assumiram a premissa da necessidade de estabelecer outra relação com o meio natural, a partir de uma vida em harmonia com a natureza e da edificação de uma nova moral que possibilitasse que novas relações sociais e econômicas se estabelecessem. |