Prazer e sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/31229 |
Resumo: | Com a proliferação de usuários da Internet, as mídias sociais têm se apresentado como um potencial espaço de trabalho. Dentre as diversas atividades que têm surgido no contexto de plataformização, o presente trabalho volta o olhar para a criação de conteúdo digital. Algumas vezes, aqueles que produzem conteúdo para as redes sociais são intitulados conforme as plataformas as quais trabalham; têm-se os youtubers, instagrammers e tiktokers, por exemplo. Outras vezes, opta-se pelo termo influenciadores digitais em virtude do Marketing de Influência que é tão fortemente presente nesse ofício. Contudo, para a presente pesquisa, utilizou-se “criadores de conteúdo digital”, considerando ser uma nomenclatura mais abrangente e, atualmente, utilizada por esses indivíduos. A partir dessa escolha, traçou-se como objetivo geral deste estudo compreender as vivências de prazer e sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais diante da lógica técnica dominante. Mais especificamente, buscou-se nesta pesquisa: (1) caracterizar a forma de organização do trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais; (2) descrever as vivências de prazer no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais; (3) identificar as vivências de sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais; e, por fim, (4) relacionar as vivências de sofrimento no trabalho de criação de conteúdo em mídias sociais com o modo de organizar o trabalho. Para tanto, adotou-se a compreensão do termo técnica de acordo com os estudos de Ellul (1968) e sua perspectiva de tecnificação do trabalho. No que tange às vivências de prazer e sofrimento, utilizou-se como base teórica a Psicodinâmica do Trabalho. Isto posto, foi realizada uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória com a aplicação de entrevistas em profundidade e os dados foram analisados através da técnica de Análise do Conteúdo de Bardin (2016). Os resultados demonstraram que a produção de conteúdo em mídias digitais é um trabalho que também apresenta o tensionamento das vivências de prazer-sofrimento proposto por Dejours (1992, 2014). Entretanto, inferiu-se que tal dinâmica tem sido ainda mais intensa, uma vez que os trabalhadores não entendem como funcionam os algoritmos, estão constantemente testando modelos de conteúdo, avaliando suas performances através de métricas das plataformas e demonstram dificuldade em usufruir férias e momentos de pausas. Observou-se, com isso, que embora a criação de conteúdo possa ser percebida, a princípio, como uma dinâmica nova de trabalho, trata-se, na verdade, de uma produção também orientada para a máxima eficiência e com agravantes em relação aos trabalhos técnicos de natureza mais tradicional. Por fim, apontou-se, ainda que de forma limitada, que a produção de conteúdo constitui uma forma ainda mais eficiente de exploração do trabalho, dada a baixa remuneração direta das plataformas. |