Obtenção de glicosaminoglicanos de escamas de tilápia (Oreochromis niloticus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moura, Heloisa Cristina de lattes
Orientador(a): Alfaro, Alexandre da Trindade lattes
Banca de defesa: Alfaro, Alexandre da Trindade lattes, Prentice-Hernández, Carlos lattes, Düsman, Elisângela lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5068
Resumo: Glicosaminoglicanos (GAGs) são polissacarídeos aniônicos, compostos por unidades dissacarídica repetitivas de hexosamina, ácido urônico ou galactose. Suas propriedades estruturais e biológicas estão associadas à densidade de cargas negativas na molécula. Há relatos dessas estruturas estarem presentas nas mais variadas espécies, inclusive nos peixes. A produção de pescado tem alcançado números cada vez mais expressivos e o Brasil tem se destacado no cenário internacional. A espécie de maior volume de produção no país é a tilápia, e o Paraná é o estado com maior volume de produção nacional. Atrelado a esse aumento de produção e consumo, está à geração de subprodutos. As escamas representam grade parte desse material quando se considera o volume de tilápia que tem sido processado. Alternativas para o aproveitamento efetivo das escamas representam hoje, um dos maiores desafios para as plantas processadoras. O trabalho teve como objetivo, utilizar escamas de tilápia como matéria prima para a extração, isolamento e caracterização de GAGs. A extração foi realizada por hidrolise enzimática com papaína, a uma temperatura de 60 °C, durante 14 dias. Após a extração realizou-se a purificação em coluna de troca iônica. As frações obtidas com a purificação foram agrupadas de acordo com os perfis obtidos pelas análises de condutividade elétrica e pelas determinações de ácido urônico e GAGs sulfatados. De todas as frações obtidas cromatograficamente, foram agrupadas seis novas frações, destas, as que apresentaram picos majoritários nas determinações anteriormente citadas, foram caracterizadas por eletroforese em gel de agarose. Os resultados de eletroforese e ressonância magnética nuclear (RMN) indicaram a presença de GAGs sulfatados na amostra. Com base nos espectros de RMN, a fração V (F- V) apresentou maior grau de pureza, possibilitando desse modo a identificação de sinais característicos para GAGs sulfatados. Foi encontrada uma mistura de sulfato de condroitina 4 (SC4) e sulfato de condroitina 6 (SC6). Essa fração foi testada quanto ao grau de substituição (GS) por grupamentos sulfato e apresentou GS de 0,146. A F – V apresentou atividade anticoagulante, sendo a ação mais efetiva em maiores concentrações. Quando testada na presença na presença de protamina, a F – V apresentou um efeito pró-anticoagulante. A fração apresentou efeito citotóxico/antitumoral frente às células metabolizadoras, derivadas de hepatoma de Rattus norvegicus, demonstrando o seu potencial de aplicação para essa finalidade. Assim, a extração de sulfato de condroitina de escamas de tilápia pode ser uma alternativa para a destinação desse subproduto, gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais.