Humanismo e tecnologia no curso de radiologia do CEFET - PR - Unidade de Curitiba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Queiroz, Ivo Pereira lattes
Orientador(a): Bastos, João Augusto de Souza Leão de Almeida lattes
Banca de defesa: Bastos, João Augusto de Souza Leão de Almeida lattes, Garcia, Nilson Marcos Dias lattes, Alcântara, Paulo Roberto de Carvalho lattes, Pilatti, Luiz Alberto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27090
Resumo: A presente dissertação parte do seguinte problema: que tipo de ser humano está sendo formado no curso de Tecnologia em Radiologia, ministrado pelo CEFET-PR, a partir da Reforma estabelecida pelo Decreto 2.208/97? O objetivo maior dessa pesquisa foi analisar a dimensão humana da tecnologia a partir de valores que nortearam a organização e implementação do curso de Tecnologia em Radiologia. Em termos específicos, procurou identificar os aspectos fundantes do referido curso, analisar o currículo e os ementários das disciplinas e colher subsídios para reelaboração de novos cursos de tecnologia. Para fazer frente ao problema levantado foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, de caráter filosófico, visando a uma interpretação de humanismo. O conceito de racionalidade explicita o de humanismo, por isso, examinou-se a racionalidade, a começar pela teoria de Max Weber, um dos pioneiros nesse estudo, donde foram tomados os conceitos de individualismo metodológico, ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores e burocracia. Houve uma abordagem pontual dos fundadores da ciência moderna, Bacon, Galileu e Descartes, com a finalidade de precisar a racionalidade da ciência que fundaram. Através da menção àqueles autores tem-se o contexto teórico para se acompanhar as reflexões de Adorno, Horkheimer e Habermas, pensadores da Escola de Frankfurt. Foram contempladas neste estudo as análises de Adorno e Horkheimer, através dos conceitos de Teoria tradicional e teoria crítica pelos quais os autores concluem que a ciência moderna manipula a natureza e aliena o ser humano, caracterizando a racionalidade instrumental. Habermas avança na análise e propõe a racionalidade comunicativa, enquanto caminho para se pensar um humanismo construído a partir do diálogo. Como este trabalho trata da Reforma da educação tecnológica, buscou-se uma concepção de tecnologia e de educação tecnológica. O primeiro conceito, explicitado por Milton Vargas, define a tecnologia como ciência aplicada. Por outro lado, a formulação de Ruy Gama defende que a tecnologia moderna é a ciência do trabalho produtivo. Concluindo a parte teórica deste trabalho, João Augusto Bastos, dialogando com todos os autores mencionados, propõe a Educação Tecnológica na perspectiva da racionalidade comunicativa, desvinculada da lógica da submissão ao mercado e comprometida com os destinos humanos. Finalmente, foi realizada uma pesquisa qualitativa, através de entrevista semiestruturada, tendo como declarantes doze docentes do curso de Tecnologia em Radiologia. Das entrevistas veio à luz a evidência de que o humanismo no curso de Tecnologia em Radiologia está vazado pela perspectiva da racionalidade instrumental, conforme sistematizada por Weber e criticada por Horkheimer e Adorno. Entretanto, a cultura da instrumentalidade presente no curso analisado não oculta o potencial emancipador presente nos atores que o mantêm.