As araucárias na terra indígena de Mangueirinha: territórios, existências e ressitência Kaingang

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Branco, Carlos Frederico lattes
Orientador(a): Perondi, Miguel Angelo lattes
Banca de defesa: Almeida, Antonio Cavalcante de lattes, Corona, Hieda Maria Pagliosa lattes, Ramos, João Daniel Dorneles lattes, Perondi, Miguel Angelo lattes, Silva, Sergio Baptista da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/27717
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo compreender as relações entre os humanos e as araucárias na Terra Indígena Mangueirinha (TIM). A pesquisa foi desenvolvida através de fontes documentais e bibliográficas. O aporte teórico utilizado na pesquisa contou com etnologia ameríndia, etnografias, trabalhos etno-históricos e arqueológicos. Os Kaingang, na TIM, vivem nas florestas com araucárias, campos e rios desde os tempos imemoriais e míticos. Os Jê, ancestrais dos Kaingang, coexistem com as araucárias há pelo menos 3.000 anos, produzindo com elas, territórios e florestas. A cosmo-ontologia kaingang divide o cosmo em três níveis: o numbê, o mundo dos mortos; o ga, o mundo dos vivos e o kafá, o mundo celestial, onde se encontram Tupe, Deus, o Sol e a Lua. Em ga, ainda existem três domínios: nen, a floresta; erê, os campos e o emã, a aldeia. Em todos esses territórios as araucárias habitam com os humanos, sendo ao mesmo tempo, a fronteira, a intermediária e o caminho entre os humanos para esses outros mundos. Com a colonização euro-brasileira nos territórios kaingang, tanto os humanos como as araucárias passaram a ter seus territórios invadidos, ocupados e explorados. No século 20, esse processo na TIM foi marcado pela grilagem e pela exploração da floresta, contudo, a resistência provocada pela aliança ancestral entre os humanos e as araucárias permitiu que, tanto a floresta com araucárias como o território da TIM, resistissem aos avanços coloniais em Mangueirinha.