Estimativa espaço-temporal da recarga subterrânea em área de afloramento do sistema Aquífero Guarani, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cobalchini, Érick Rúbens Oliveira lattes
Orientador(a): Lucas, Murilo Cesar lattes
Banca de defesa: Lucas, Murilo Cesar, Tabalipa, Ney Lyzandro, Oliveira, Paulo Tarso Sanches de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4015
Resumo: Devido ao aumento da demanda por água potável e do custo do tratamento de águas superficiais para as diversas atividades humanas (irrigação, turismo, abastecimento doméstico e industrial), a utilização das águas subterrâneas tem ganhado mais importância. O Sistema Aquífero Guarani (SAG) é uma das principais fontes de águas subterrâneas no mundo, por causa do seu volume de água (~40.000 km3). Após a última crise hídrica no Sudeste do Brasil (entre os anos de 2013 e 2016), intensificou-se o número de pesquisas sobre recarga subterrânea do SAG. No entanto, os poucos estudos publicados se limitaram a apresentar uma estimativa média da recarga na escala anual a partir de dados pontuais dentro de pequenas áreas de afloramento. O objetivo deste trabalho é estimar e espacializar a recarga subterrânea do SAG na sua área de afloramento dentro do estado de São Paulo. A recarga foi estimada e espacializada (1km por 1 km) por meio do método do balanço hídrico residual na escala mensal entre o período de outubro de 2001 e setembro de 2014. As demais componentes do balanço foram obtidas por meio de produtos de sensoriamento remoto e mapas de uso e ocupação do solo. O escoamento superficial foi considerado no balanço hídrico. A novidade desse trabalho reside na espacialização das estimativas multitemporais de recarga e na incorporação da componente do escoamento superficial no balanço, a qual tem sido negligenciada nas estimativas de recarga do SAG. Os resultados indicaram que a média mensal histórica é de 26 mm (±19 mm) e a média anual história da recarga é de 307 mm (± 50 mm). Janeiro (67 mm) e dezembro (57 mm) são os principais meses de recarga, com maiores estimativas e maior contribuição da área. Por outro lado, os meses com menores estimativas de recarga foram agosto (7 mm) e abril (8 mm). Em média, a recarga representa 16% da precipitação. As estimativas médias mensais de precipitação apenas diminuíram a partir de outubro de 2010. Foi possível observar a tendência de aumento da evapotranspiração em 8,5 mm ao ano. Isto indica a necessidade de monitoramento do uso do solo em áreas de recarga. As variações do uso e ocupação do solo registradas no período (2001-2014) correspondem, principalmente, à variações de CN menores que 5%. Foi possível identificar as áreas que mais permitem a recarga, em média, centro (62%), Sul (27%) e Norte (11%). Nos períodos secos o centro (56%) e Sul (28%) se destacam pela manutenção da recarga. Espera-se que a identificação destas áreas, bem como, a espacialização das estimativas de recarga sejam úteis ao gerenciamento dos recursos hídricos. A intensidade e extensão das áreas sujeiras à insegurança hídrica apenas irão aumentar caso não sejam tomadas medidas para contenção e/ou eliminação dos impactos da utilização dos recursos hídricos. Os valores médios históricos podem ser utilizados para limitar valores de extração de água para a manutenção destas fontes. Além disso, os valores podem ser úteis para trabalhos com modelagem de fluxo.