O uso de imagens térmicas na avaliação do risco de complicações do pé diabético

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Zolet, Cerise Maria de Lima Soffiatti lattes
Orientador(a): Neves, Eduardo Borba lattes
Banca de defesa: Neves, Eduardo Borba lattes, Martinez, Eduardo Camillo lattes, Fortes, Marcos de Sa Rego lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/23565
Resumo: O diabetes mellitus é um grave problema de saúde pública que pode causar distúrbios micro e macrovasculares. Uma das complicações mais frequentes é o surgimento de úlceras nos pés, que podem levar à necessidade de amputação. Alterações na temperatura da pele são sinais de anormalidades, e a termografia de infravermelho pode ser uma ferramenta útil na detecção precoce do risco de úlceras do pé diabético. Esse exame capta a radiação térmica da pele e fornece uma imagem com a distribuição da temperatura, de maneira segura, rápida e sem contato. Este trabalho teve por objetivo estudar a distribuição de temperatura da planta dos pés de indivíduos diabéticos e não diabéticos. Participaram do estudo 72 voluntários, sendo 36 diabéticos (10 homens e 26 mulheres) e 36 indivíduos não diabéticos (12 homens e 24 mulheres). Foram adquiridas imagens térmicas da face e planta dos pés. Os pés foram, então, submetidos a um teste de estresse ao frio, após o qual foi adquirida nova imagem térmica. Nas análises estatísticas, foram adotados testes não paramétricos. No grupo de diabéticos, foi obtida correlação negativa entre a idade e a temperatura da testa (ρ= -0,492; p<0,01), e positiva entre a temperatura da testa e a temperatura dos pés, obtida antes do estresse térmico (ρ=0,355; p<0,05). No grupo de não diabéticos, a correlação foi positiva entre idade e temperatura dos olhos (ρ=0,367; p<0,05), e negativa entre idade e assimetria térmica dos pés, antes do estímulo com frio (ρ= -0,365; p<0,05). Não foi observada diferença significativa entre os grupos, na temperatura média dos pés. A análise da assimetria térmica entre os pés revelou valor significativamente maior (p<0,001) nos indivíduos diabéticos (0,74°C), do que entre os voluntários não diabéticos (0,26°C). Na diferença de temperatura entre calcanhar e cada dedo foi observada diferença significativa entre os grupos, estando os diabéticos com a temperatura dos dedos bem mais alta que a do calcanhar, especialmente no hálux (1,7°C mais alta). A maior diferença de temperatura entre os dedos após o estresse térmico também foi significativamente maior (p<0,001) no grupo de diabéticos (1,85°C), do que no grupo de não diabéticos (0,95°C). Com base nesses resultados, recomenda-se a utilização das análises termográficas relacionadas às temperaturas dos dedos (diferença de temperatura entre calcanhar e dedos e diferença entre os dedos), uma vez que as diferenças entre os grupos foram significativas, e a avaliação pode ser feita em cada pé separadamente, sem a necessidade de comparar regiões correspondentes dos dois pés.