"Perfil dos pacientes com diabetes mellitus que possuem úlcera no pé, atendidos em unidade ambulatorial da cidade de Marília-SP"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Scapim, Elizabeth Pilon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10052006-122156/
Resumo: Estudo descritivo cujo objetivo foi traçar o perfil dos pacientes com diabetes mellitus (DM) que possuem úlcera no pé, atendidos no Ambulatório de Especialidades Mario Covas de Marília-SP. A amostra foi constituída por 60 pacientes atendidos no período de agosto a setembro de 2003. Para coleta de dados utilizou-se entrevista, consulta ao prontuário e avaliação dos pés. Os resultados mostraram maior freqüência no sexo masculino (51,7%), destacando a faixa etária de 50 a 70 anos (64,4%). Em relação ao tipo de diabetes, 95% eram do tipo 2; o tempo médio referido do diagnóstico foi de 12,6 anos e do tratamento 12,1 anos; 63% referiram realizar dieta, 56,7% faziam uso de antidiabético oral e 61,7% de insulina. Considerando os parâmetros de controle do diabetes, 79,6% apresentavam mau controle glicêmico e 56,6% sobrepeso. As complicações crônicas mais freqüentes foram retinopatia (31,7%) e pé diabético associado à doença vascular periférica ( 31,7%). Todos apresentavam hipertensão arterial e em 26,6% estava associada à obstrução arterial crônica. O diagnóstico de obstrução arterial crônica estava presente em 51,7% dos pacientes. Na avaliação dos pés, 53,3% deambulavam; 55% possuíam alteração na marcha; 55% amputação prévia; 48% história de úlceras anteriores; 65% corte de unhas inadequado; 31,7% dedos em garra; 23,3% dedos sobrepostos; 18,3% proeminência do primeiro metatarso; 45% usavam sapatos e meias inadequados. Na avaliação circulatória identificou-se entre os pacientes, pulsos não palpáveis em 27% do tibial posterior direito e 23% do esquerdo; em 26% do pedioso direito e 21% do esquerdo; 35% possuíam edema; 45% rubor na pendência e empalidecimento à elevação; a sensibilidade tátil pressórica estava ausente em 38,3% dos pacientes. Quanto as características das úlceras, 36,6% relataram como causa de maior freqüência bolha infectada e 26,6% trauma mecânico; a localização mais freqüente foi na região plantar (23,3%) e nos dedos (21,7%); o tempo médio das úlceras foi de 0,9 anos; dimensões de 1 a 10 cm2 (65%); 41,7% das úlceras possuíam leito de cor vermelha; 53,3% exsudato4 seroso; 38,3% dor moderada; 58,3% odor discreto e 46,7% grau 2 segundo a classificação de Wagner. O tratamento mais referido para as úlceras foi soro fisiológico e óleo de girassol (81,7% ).Os resultados deste estudo mostraram a gravidade das complicações relacionadas aos pés dos pacientes com diabetes, destacando a história de úlcera e amputação anterior, complicações vasculares e neuropatia como importante fatores de risco para as lesões em pés e trauma extrínseco como principal desencadeante destas lesões, reiterando que intervenções básicas podem contribuir para a sua redução. Apontaram também para a necessidade de elaboração de um protocolo de atendimento; com ênfase no processo educativo junto a pessoa, familiares e profissionais, visando uma maior adesão ao tratamento e controle do DM bem como intensificando medidas preventivas no cuidado aos pés.