O gênero vídeoaula: deslocamentos e manutenções na cibercultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Luma Dittrich de lattes
Orientador(a): Remenche, Maria de Lourdes Rossi lattes
Banca de defesa: Remenche, Maria de Lourdes Rossi lattes, Rohling, Nivea lattes, Costa-Hübes, Terezinha da Conceição lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5116
Resumo: Na contemporaneidade, a Linguística Aplicada tem servido de base para diversas pesquisas que buscam compreender a constituição e o funcionamento dos gêneros do discurso, os quais apresentam contornos próprios do meio digital. Neste trabalho, objetivamos analisar o gênero videoaula como um enunciado sócio-historicamente situado na cibercultura, com foco na plataforma YouTube. O embasamento teórico parte do dialogismo do Círculo de Bakhtin, além de estudos sociológicos que permitem compreender melhor a interação virtual. A metodologia se caracteriza por uma perspectiva qualitativo-interpretativista, e o corpus é composto por três videoaulas de canais do YouTube: o YouTube Edu, o Me Salva! E o canal de Umberto Mannarino. A análise foi feita a partir de duas dimensões: a dimensão social e a verbo-visual. Da análise da dimensão social do gênero, focalizou-se em aproximar da esfera, do cronotopo e dos sujeitos em interação. Observamos que a videoaula online se constrói nas condições sócio-históricas da modernidade tardia, em um espaço-tempo de desencaixe nas relações sociais e busca por dizeres legitimados, em que a esfera educacional é atravessada por gêneros e discursos de outras esferas. Quanto aos sujeitos previstos na interação, foi observada uma extrapolação da relação professoraluno, que resulta em uma relação produtor-consumidor de conteúdo. Em um segundo momento, passamos à análise da dimensão verbo-visual; compreendemos que o objeto do dizer redação do Enem se realiza por meio de finalidades discursivas várias, que se intercambiam entre interesses pedagógicos e comerciais, mediados pelo algoritmo da plataforma YouTube. As projeções de estilo, por sua vez, revelam uma relação de proximidade e humor, por meio de linguagem com alto nível de coloquialidade. Em relação à composição da videoaula no YouTube, observamos que a memória do gênero aula é ressignificada para uma adequação ao formato de vídeo da plataforma. A partir dos resultados, interpretamos a videoaula do YouTube como um gênero híbrido, atravessado por esferas e finalidades que a caracterizam como vídeo de conteúdo educativo, um gênero perpassado pelos discursos da educação e do entretenimento.