Fatores que influenciam na longevidade das cooperativas da agricultura familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Cleverson Aléssio da lattes
Orientador(a): Kiyota, Norma lattes
Banca de defesa: Gnoatto, Almir Antonio lattes, Costa, Fernando Bastos lattes, Perondi, Miguel Angelo lattes, Kiyota, Norma lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/23594
Resumo: O objetivo geral deste estudo foi analisar os fatores que influenciam na longevidade das cooperativas originárias da agricultura familiar no Sudoeste do Estado do Paraná, com base na gestão e na governança. Para isso, foram analisados como fatores condicionantes, liderança, responsabilidades, capital social e a comunicação nas três cooperativas pesquisadas. Desse modo, foi possível verificar as influencias e ações das lideranças na constituição das cooperativas, como atuam os diretores, os conselhos de administração e conselhos fiscais no dia a dia da cooperativa, bem como suas percepções de responsabilidade no exercício das funções assumidas. Também, compreenderam as relações de confiança a partir da comunicação e disseminação das informações sobre a gestão e ações dos dirigentes enquanto responsáveis pela condução das cooperativas. A elaboração deste trabalho ocorreu a partir de uma pesquisa de campo realizada em três cooperativas selecionadas, com características solidárias criadas por agricultores familiares no Sudoeste do Paraná. Para a escolha das três cooperativas, levou-se em consideração os critérios: atuação nos Programa de Aquisição de Alimentos -PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar -PNAE, sendo que, uma delas apresenta crescimento anual; a outra está enfrentando dificuldades e a última, encerrou suas atividades. Foram entrevistados 21 integrantes, 7 por cooperativa, sendo 3 conselheiros de administração, 2 conselheiros fiscais e2 associados por cooperativa, através de um questionário com 90 perguntas distribuídas e direcionadas aos fatores condicionantes, com base em respostas abertas, aplicados individualmente nas propriedades dos participantes. Por tratar-se de estudo de caso comparativo, foram utilizados métodos qualitativos analisados segundo Bardin (2009), referenciando-se em pesquisa documental, artigos científicos, dissertações e sites institucionais. Criadas a partir da primeira década de 2000, estimuladas por políticas públicas e programas de compras governamentais as cooperativas fundadas por agricultores familiares, representam importante instrumento de auxílio a comercialização da produção e geração de renda para as pequenas unidades rurais do Sudoeste do Paraná. Os resultados indicam deficiências na comunicação, centralização das decisões e a falta de capacitação sobre cooperação e cooperativismo para associados e dirigentes, principalmente nas cooperativas que não promovem encontros frequentes com seus associados. Também se verificou o desconhecimento generalizado dos estatutos sociais e a falta de atuação dos conselheiros fiscais, ao assumirem os cargos sem conhecer as atribuições e obrigações legais, deixando de acompanhar e informar ações de gestão adotadas pelos conselhos de administração, que interferiram de forma decisiva nas trajetórias das cooperativas. Além disso, a participação dos associados no dia a dia e nas assembleias gerais, demonstra que para muitos associados a cooperativa é apenas um instrumento para comercialização da produção, onde as relações de reciprocidade e confiança não envolvem os outros cooperados. Assim, a ignorância pelos associados, das necessidades financeiras da cooperativa e a falta de estrutura administrativa para tratar e disponibilizar informações, afim de demonstrar estas necessidades, promoveram o distanciamento e a corrosão da confiança e da reciprocidade, pilares do capital social e da cooperação. Todas as cooperativas pesquisadas passaram por dificuldades, mas especificamente no caso onde as relações sociais são melhor estabelecidas, o capital social foi determinante para a mudança na gestão, adequações dos processos e implantação de formas de monitoramento, que possibilitam compreender as razões que levaram algumas cooperativas ater êxito e outras a encerrar suas atividades, apresentando a resiliência como fundamental para superar as dificuldades e retomar os objetivos anteriormente definidos pelos associados.