Adesão aos níveis de governança corporativa da Bovespa e a percepção de risco pelo investidor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Macêdo, Fabrício de Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-12072023-103053/
Resumo: Percebe-se, atualmente, um intenso movimento ativista por parte do mercado em busca da adesão a boas práticas de governança corporativa pelas companhias. Por sua vez, as companhias aderem a essas práticas como uma estratégia de diferenciação no mercado e também como uma condição sine qua non para a captação de recursos a custos mais reduzidos. A governança corporativa pode ser entendida como um sistema de relações que se estabelece numa sociedade entre administradores, acionistas, membros do Conselho de Administração, auditores e outros stakeholders, através do qual se procura melhorar a gestão da sociedade e aumentar o valor da empresa. Diversos estudos demonstram que há evidências de que a governança é importante, e tem valor tanto para os shareholders como para os stakeholders. Este trabalho objetiva investigar, sob a ótica do investidor, qual o impacto que a adesão às práticas diferenciadas de governança corporativa (PDGC) da BOVESPA provocou no fator risco (sistemático e/ou não sistemático) das empresas, à luz da Teoria dos Portfolios, do Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM) e da Teoria de Agência, ceteris paribus. Verificou-se o risco, tanto do ponto de vista de um investidor de portfólio (diversificado), exposto apenas ao risco sistemático, como do ponto de vista de um investidor não diversificado, exposto ao risco total; utilizando-se o coeficiente beta como medida de risco sistemático e o desvio-padrão como medida do risco total. Trata-se de um estudo empírico-analítico que investiga se o risco de se investir nas empresas que aderiram às práticas de governança corporativa da BOVESPA foi impactado por essa transição. Utiliza-se o teste de Chow Breakpoint para testar a estabilidade dos coeficientes angulares (coeficiente beta) da regressão, durante um período de 60 meses, e o teste de Wilcoxon para testar a estabilidade da variabilidade do retomo dos ativos (desvio-padrão), durante um período de 72 meses. Os resultados obtidos na presente pesquisa levaram à refutação das hipóteses metodológicas; em outras palavras, a adesão às práticas diferenciadas de governança corporativa da BOVESPA parece não ter tido influência sobre os riscos sistemático e total das empresas. Isso leva a crer que o mercado parece já haver descontado essa informação, tendo em vista que a maioria das empresas que compuseram a amostra são empresas emissoras de ADRs; por isso, já possuíam um nível de governança mais rígido, mesmo antes de aderirem às PDGC da BOVESPA. Contudo, a estabilidade dos indicadores de risco calculados também pode indicar que, se o risco não diminuiu, ele, igualmente, não aumentou, o que pode levar a inferir que o risco de se investir em tais empresas é um risco calculável do ponto de vista de ser previsível dentro de certos parâmetros. Os resultados da pesquisa empírica são extensivos apenas às companhias selecionadas para a amostra, tendo em vista tratar-se de amostragem não-probabilística.