Avaliação da composição química de óleos brasileiros de semente de uva (Vitis vinífera L) e seu efeito sobre parâmetros bioquímicos e inflamatórios em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Shinagawa, Fernanda Branco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-28052015-091051/
Resumo: O óleo de semente de uva (OSU) caracteriza-se como um importante subproduto do processamento agroindustrial (vinicultura) que vem recebendo destaque como fonte alternativa de óleos vegetais. Os componentes químicos presentes nos óleos vegetais sofrem influência de fatores relacionados ao cultivo e ao processamento industrial. Esses componentes são capazes de modular importantes funções fisiológicas no organismo. Este trabalho objetivou avaliar a composição química de OSU brasileiros e sua influência em parâmetros bioquímicos, de estresse oxidativo e inflamatório sérico e tecidual em ratos. Inicialmente, sete diferentes marcas de OSU disponíveis no mercado brasileiro foram avaliadas e comparadas em relação a dois processos de extração, refino e prensagem a frio. As amostras prensadas a frio apresentaram concentrações significativamente maiores de compostos fenólicos, teores do isômero γ-tocotrienol da vitamina E, de fitosteróis, tendo como principal constituinte o β-sitosterol, e diversos compostos voláteis característicos. Para a investigação biológica, ratos saudáveis da linhagem Wistar foram suplementados com OSU - amostra comercial que possuía maior teor do isômero γ-tocotrienol e compostos fenólicos; e com o óleo de soja (ODS) - óleo mais consumido no país, utilizado para efeito comparativo. Os dois óleos foram suplementados por intubação orogástrica nas concentrações de 3,0 e 6,0 mL/Kg de peso corpóreo, por 65 dias. Observou-se que os resultados da intervenção não foram dose-dependente para os dois óleos e, apesar do elevado teor de lipídios oferecido aos animais, estes não modificaram o padrão de ganho de peso. Porém, foram observados elevados teores de peroxidação lipídica sérica nos animais tratados com OSU, quando comparados aos tratados com ODS na menor dose administrada. Nos animais do grupo suplementado com OSU na maior dose, verificou-se aumento do peso do tecido adiposo retroperitoneal, caracterizado pela hipertrofia dos adipócitos. Em relação ao tecido hepático, houve maior incorporação do ácido linoleico, principal ácido graxo presente nos OSU e ODS e precursor do ácido araquidônico na cadeia dos eicosanoides, interferindo no aumento da razão das citocinas inflamatórias TNF-α/IL- 4 e IL-6/IL-4, para todos os grupos suplementados com os dois óleos nas maiores concentrações. Quanto aos marcadores de estresse oxidativo no tecido cardíaco, pode-se verificar que os grupos administrados com OSU foram relacionados com a maior atividade das enzimas antioxidantes, acompanhado de maior peroxidação lipídica. Os resultados permitem concluir que os compostos bioativos presentes no OSU não ocasionaram a redução do estresse oxidativo causado pela alta presença do ácido linoleico, porém, os marcadores inflamatórios pouco se alteraram com o tratamento.