Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Monte, Vanessa Martins do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-07022008-112845/
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Resumo: |
A presente dissertação trata da edição semidiplomática de documentos da segunda metade do século XVIII, conservados no Arquivo Histórico Nacional - Rio de Janeiro, à qual se segue um estudo lingüístico sobre o tratamento das sibilantes nesse corpus. O trabalho apresenta dois objetivos gerais: o primeiro, ligado ao objetivo da disciplina Filologia, é a publicação de uma edição fidedigna e confiável de nove documentos que podem constituir fontes tanto para o estudo da história do Brasil quanto para estudos de história da língua, já que a edição realizada preserva os traços lingüísticos dos documentos; o segundo objetivo é verificar o tratamento dado às sibilantes em documentos setecentistas. Na primeira parte do trabalho, apresenta-se o estudo filológico, que contempla a análise codicológica e a análise paleográfica dos manuscritos. A análise codicológica descreve para cada documento: o suporte material utilizado, com a informação da marca, linhas d\'água e filigranas; sua composição, com a quantidade e dimensões dos fólios, bem como a forma de estruturação dos cadernos; a organização da página, com as dimensões das manchas, número de linhas, forma de numeração e localização de reclames; a informação de data, lugar de origem, particularidades e conteúdo. A análise paleográfica estuda a variação grafemática encontrada nos documentos e define os critérios para o estabelecimento dos grafemas utilizados para representar as sibilantes. Ao final da primeira parte, apresenta-se a edição semidiplomática dos manuscritos, acompanhada do fac-símile. A segunda parte do trabalho apresenta a metodologia de levantamento das sibilantes no corpus; um estudo sobre a história dos fonemas sibilantes desde o início da língua portuguesa até o surgimento da primeira norma oficial, em 1911; a norma preconizada pelos ortógrafos de Setecentos; a discussão sobre a existência ou não de uma norma gráfica em Portugal no século XVIII e a análise dos dados encontrados no corpus. Verifica-se que os grafemas ç e z são preferidos pelos autores dos documentos para representar, respectivamente, a sibilante surda e a sibilante sonora. Tal dado parece se relacionar à redução do quadro de quatro sibilantes a apenas duas no português padrão, já que tais grafemas eram utilizados justamente para representar as consoantes sibilantes pré-dorsais, que permaneceram na língua padrão. Comprova-se que a dificuldade dos ortógrafos em elaborar norma para o uso de s e z está de acordo com a confusão entre esses grafemas observada nos manuscritos. Duas importantes conclusões referem-se à primeira parte do trabalho. A primeira é que não se pode elaborar uma edição fidedigna e confiável prescindindo de um estudo filológico, que contemple as análises codicológica e paleográfica. A segunda, ligada à paleografia, demonstra que a determinação de um grafema não depende somente da morfologia da letra, que, comparada a outras ocorrências dentro do mesmo punho, revelará a melhor leitura, mas depende também do estudo das ocorrências em contextos específicos de posicionamento silábico. |